São Paulo, sexta-feira, 07 de junho de 2002

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GRUPO F/ HOJE

Provocações de jogadores esquentam clima da partida, que preocupa autoridades

No "grupo da morte", ódio move Argentina e Inglaterra

Associated Press
Os meias Verón (esq.), da Argentina, e Beckham, da Inglaterra, no reconhecimento do estádio de Sapporo por suas seleções


JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADO ESPECIAL A SAPPORO

Pelo jeito o apelo do prefeito de Sapporo, Nobuo Katsura, não foi ouvido por ninguém. Apesar do pedido para que ingleses e argentinos evitassem provocações para o jogo de hoje, instigando ainda mais as torcidas, boa parte dos jogadores não fechou a matraca.
E o clima da partida no Sapporo Dome, que começa às 8h30 (de Brasília), é dos mais quentes.
Atletas dos dois lados passaram a semana trocando farpas. O goleiro Cavallero, da Argentina, é um deles. ""Qualquer argentino quer enfrentar a Inglaterra, especialmente os que perderam parentes na Guerra das Malvinas."
Para Cavallero, ""depois das Malvinas, qualquer Argentina x Inglaterra virou um clássico".
O meia Almeyda também provoca, menospreza os rivais e diz que o verdadeiro clássico é Brasil e Argentina. ""Os brasileiros são mais talentosos e sempre oferecem mais perigo que os ingleses."
Do lado da Inglaterra, o zagueiro Campbell, que estava no jogo de 1998, quando a Argentina eliminou os ingleses, nos pênaltis, nas oitavas-de-final da Copa, está com aquela derrota entalada na garganta. ""Não gostei do jeito como eles comemoraram. Parecia que estavam se divertindo só porque fomos nós que perdemos", comentou o atleta inglês.
Para colocar ainda um pouco mais lenha na fogueira, Marcelo Bielsa, o técnico da Argentina, marcou uma entrevista coletiva na hora em que os ingleses fariam o reconhecimento do estádio.
A imprensa inglesa, então, se dividiu. Uma parte ficou no Sapporo Dome, outra foi ao Sheraton Hotel para ouvir Bielsa. Não conseguiram, ou melhor, só conseguiu quem fala espanhol, pois o técnico vetou as traduções.
E mesmo quem domina o espanhol saiu irritado, pois Bielsa não confirmou o time. Mas ele deu a entender que Sorín, que estaria contundido, e Kily González, que disputa uma vaga com Claudio Lopez, vão jogar. De resto, mal respondeu a três perguntas de argentinos e encerrou a entrevista.
Mas os ingleses não deixaram por menos. Um grupo de torcedores prometia passar a noite diante do hotel argentino para fazer algazarra e não deixar o time de Bielsa dormir.


NA TV - Globo e Sportv, ao vivo, às 8h30



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