São Paulo, quarta-feira, 07 de junho de 2006

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Último treino é mental, diz Parreira

Técnico diz considerar seleção preparada tática e fisicamente e admite estar ansioso para a estréia, contra a Croácia

"Faz bem ter um pouco de adrenalina; se come um pouco menos, se dorme um pouco menos, mas está tudo perfeitamente sob controle"


DOS ENVIADOS A KÖNIGSTEIN

Uma semana antes da estréia da seleção na Copa do Mundo, o técnico Carlos Alberto Parreira disse que o time está "pronto" para debutar no Mundial contra a Croácia, no dia 13, em Berlim. Apesar de ter treinado os jogadores ontem em dois períodos em Königstein, falou que, a partir de agora, a parte física interessa menos.
"Agora é a hora da verdade. O trabalho é mais mental do que qualquer outra coisa. Fora isso, temos que dar um polimento na parte física e na bola parada. Estamos prontos e preparados", disse o treinador, que optou por uma preparação de "faz-de-conta" antes da abertura da Copa do Mundo.
Desde o dia 22 de maio treinando o time na Europa, Parreira adotou estratégia contrária à da maioria das seleções favoritas ao título, que realizou amistosos contra adversários fortes nos últimos meses. A Espanha, por exemplo, enfrentará a Croácia, hoje, na Suíça.
Nas duas últimas semanas, a seleção goleou fracos oponentes -venceu o Lucerna por 8 a 0, na semana passada, na Basiléia; e ganhou da Nova Zelândia por 4 a 0, no domingo, em Genebra. Neste ano, fora os dois amistosos na Suíça, a seleção jogou numa temperatura de 17C negativos em Moscou e venceu os russos por 1 a 0. A equipe brasileira não tem nenhum outro amistoso agendado até a estréia no Mundial.
Embora tenha declarado que o time está preparado, o técnico reconheceu ontem estar "ansioso" para a estréia.
"Se eu dissesse que não, estaria mentindo. Isso faz parte. Faz bem ter um pouco de adrenalina. Se come um pouco menos, se dorme um pouco menos, mas está tudo perfeitamente sob controle", disse ele, que tem experiência de comandante do tetra, na Copa de 94.
Embora enfrente três países de escolas diferentes -Croácia, Austrália e Japão-, Parreira disse que não pretende mudar o estilo de jogo da equipe no Mundial. "O Brasil entra sabendo como é o adversário, mas sem mudar seu estilo, sua maneira. O futebol para mim nada mais é do que isso. Uma equipe tentando impor seu estilo diante de outra. Quem conseguir leva vantagem. Se precisar, a gente tenta mudar alguma coisa de acordo com o rival. Mas, a princípio, não", disse.
Parreira se mostrou cético sobre o discurso da Fifa de combater com rigor a violência em campo. "A gente sempre ouve esse papo, mas quero ver pôr em prática", disse ele, que crê que os sul-americanos serão os beneficiados caso o nível da arbitragem seja bom. (EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)

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