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FUTEBOL
Treino secreto e clima de confiança do São Paulo serviram, segundo jogadores do Corinthians, para motivá-los
Corinthians agradece a onda de mistério
da Reportagem Local
A estratégia que o São Paulo adotou semana passada -de esconder o time e realizar treinos secretos- serviu, na opinião dos jogadores do Corinthians, para incentivá-los ainda mais nas semifinais.
Para eles, os adversários deram a
impressão, como disse o atacante
Edílson, de que "entrariam rachando, atropelando o Corinthians".
Segundo os corintianos, o técnico são-paulino teria até afirmado
que nunca esteve tão confiante antes de um clássico.
"Eles fizeram muita fumaça, mas
hoje (ontem) quem entrou comendo a bola fomos nós, né?", perguntou o lateral Índio, que deixou o
Morumbi com Renato, goleiro reserva do Corinthians.
Na sexta-feira e no sábado, a postura dos são-paulinos foi discutida
entre os corintianos e usada para
motivá-los. "Não adianta o adversário fazer muito mistério antes do
jogo, como se o outro não existisse.
Um jogo tem dois times. Ninguém
joga sozinho", afirmou o zagueiro
Gamarra.
Segundo ele, declarações de treinador adversário -Emerson
Leão, do Santos- já haviam sido
usadas pela comissão técnica corintiana para motivar seus jogadores. Na ocasião, o time de Oswaldo
de Oliveira venceu por 5 a 1.
Agora, com a vantagem de poder
perder por até três gols de diferença para se classificar, a estratégia
do Corinthians é exatamente não
repetir os erros do São Paulo e evitar clima de "já ganhou".
"Para mim, o jogo só termina na
quarta", disse Oliveira. "Da mesma forma que nós ganhamos de 4 a
0, na quarta tudo pode acontecer.
O que temos de fazer é evitar um
desastre."
Hoje pela manhã, o treinador corintiano deve assistir ao vídeo do
jogo de ontem antes de voltar a
conversar com seus jogadores.
Mas, no que depender das declarações do meia-atacante Marcelinho e do meia Ricardinho, não
precisa se preocupar.
"Até por uma postura ética e profissional, você não pode dizer nunca que já ganhou", disse Ricardinho. "Tem de respeitar o time adversário sempre."
"O São Paulo é um grande time,
tem grandes jogadores e não pode
ser desrespeitado nunca", disse
Marcelinho.
"Veja o que aconteceu no ano
passado. Você acha que eu gostei
de perder a final do campeonato
para eles? E olha que a gente tinha
ganho o primeiro jogo", afirmou,
referindo-se à final do Paulista-98.
Apesar de ter gostado da experiência em Atibaia (65 km ao norte
de São Paulo), onde o Corinthians
tem se concentrado, cercado de
torcedores, o time treinará para o
clássico de quarta em São Paulo.
Mas, se for à final, Oliveira já avisou que quer ver o grupo de volta a
Atibaia, passando lá pelo menos
outros cinco dias.
(FM e JCA)
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