São Paulo, Segunda-feira, 07 de Junho de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL
Treino secreto e clima de confiança do São Paulo serviram, segundo jogadores do Corinthians, para motivá-los
Corinthians agradece a onda de mistério

da Reportagem Local

A estratégia que o São Paulo adotou semana passada -de esconder o time e realizar treinos secretos- serviu, na opinião dos jogadores do Corinthians, para incentivá-los ainda mais nas semifinais.
Para eles, os adversários deram a impressão, como disse o atacante Edílson, de que "entrariam rachando, atropelando o Corinthians".
Segundo os corintianos, o técnico são-paulino teria até afirmado que nunca esteve tão confiante antes de um clássico.
"Eles fizeram muita fumaça, mas hoje (ontem) quem entrou comendo a bola fomos nós, né?", perguntou o lateral Índio, que deixou o Morumbi com Renato, goleiro reserva do Corinthians.
Na sexta-feira e no sábado, a postura dos são-paulinos foi discutida entre os corintianos e usada para motivá-los. "Não adianta o adversário fazer muito mistério antes do jogo, como se o outro não existisse. Um jogo tem dois times. Ninguém joga sozinho", afirmou o zagueiro Gamarra.
Segundo ele, declarações de treinador adversário -Emerson Leão, do Santos- já haviam sido usadas pela comissão técnica corintiana para motivar seus jogadores. Na ocasião, o time de Oswaldo de Oliveira venceu por 5 a 1.
Agora, com a vantagem de poder perder por até três gols de diferença para se classificar, a estratégia do Corinthians é exatamente não repetir os erros do São Paulo e evitar clima de "já ganhou".
"Para mim, o jogo só termina na quarta", disse Oliveira. "Da mesma forma que nós ganhamos de 4 a 0, na quarta tudo pode acontecer. O que temos de fazer é evitar um desastre."
Hoje pela manhã, o treinador corintiano deve assistir ao vídeo do jogo de ontem antes de voltar a conversar com seus jogadores.
Mas, no que depender das declarações do meia-atacante Marcelinho e do meia Ricardinho, não precisa se preocupar.
"Até por uma postura ética e profissional, você não pode dizer nunca que já ganhou", disse Ricardinho. "Tem de respeitar o time adversário sempre."
"O São Paulo é um grande time, tem grandes jogadores e não pode ser desrespeitado nunca", disse Marcelinho.
"Veja o que aconteceu no ano passado. Você acha que eu gostei de perder a final do campeonato para eles? E olha que a gente tinha ganho o primeiro jogo", afirmou, referindo-se à final do Paulista-98.
Apesar de ter gostado da experiência em Atibaia (65 km ao norte de São Paulo), onde o Corinthians tem se concentrado, cercado de torcedores, o time treinará para o clássico de quarta em São Paulo.
Mas, se for à final, Oliveira já avisou que quer ver o grupo de volta a Atibaia, passando lá pelo menos outros cinco dias. (FM e JCA)




Texto Anterior: José Geraldo Couto: Holanda, Corinthians e a pelada do Maracanã
Próximo Texto: Carpegiani diz que culpa é sua
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.