São Paulo, domingo, 07 de agosto de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Derrota para o São Caetano, no Pacaembu lotado e em jogo conturbado, pode custar ao time liderança do Nacional

Corinthians perde a pose e cai no caldeirão

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

A apresentação não foi digna de um líder do Brasileiro, e o Corinthians pagou caro por isso.
Em tarde de futebol desastroso, o time foi facilmente batido ontem pelo São Caetano por 2 a 0 e hoje pode perder o primeiro lugar, que ostenta com 34 pontos, um a mais que a Ponte Preta, que recebe logo mais o Coritiba.
Mesmo em seu caldeirão -32 mil torcedores foram ao Pacaembu-, e com um jogador a mais desde os 23 minutos do segundo tempo, a equipe de Márcio Bittencourt não conseguiu reagir em um jogo muito nervoso, que teve bate-boca e três expulsões.
Foi a segunda derrota corintiana no estádio municipal em sete jogos, onde tinha aproveitamento de 72% até o jogo de ontem, no Brasileiro. No Pacaembu, os jogos corintianos também tinham média de 4,67 gols por duelo. Ontem, o ataque corintiano, o melhor do Nacional, com 39 gols, passou em branco pela segunda vez no torneio. O desempenho ofensivo foi pífio. Segundo o Datafolha, foram 15 finalizações, só duas certas.
A defesa também voltou a falhar. A estabilidade no setor durou só os 90 minutos do jogo com o Coritiba. Logo aos dois minutos, a zaga sofreu um "apagão". E o ex-corintiano Pingo se aproveitou. Avançou com a bola da intermediária sem marcação, chutou cruzado, e o atacante Dimba, com o gol livre e em posição duvidosa, abriu o placar: 1 a 0.
A partir daí, o jogo virou um tormento para o time do Parque São Jorge. Com uma marcação eficiente, o São Caetano anulava os jogadores de criação do rival.
A situação piorou quando Coelho, por contusão, deixou o jogo. O volante Wendel entrou.
O time do ABC se aproveitava dos erros do adversário e era perigoso nos contra-ataques, quase sempre arquitetados pelo ex-corintiano Edílson, que levava vantagem na maioria dos lances com Mascherano, seu marcador.
"O Robinho prometeu e não fez. Eu dei três [bolas entre as pernas] no Mascherano", disse o meia.
Os corintianos só chegavam em lances de bola parada. No melhor deles, Roger cobrou falta e Wendel, de cabeça, acertou a trave.
Mas o São Caetano dominava e, em contragolpe, fez 2 a 0 com Paulo Miranda, que chutou da entrada da área e contou com falha do goleiro Fábio Costa -ele deixou a bola passar por baixo dele.
O jogo ficou bastante nervoso. A cada falta, os atletas discutiam. Sebá reclamou que foi xingado. "Ficaram me chamando de argentino de merda." Paulo Miranda também afirmou que foi provocado pelo zagueiro. "Ele disse que eu jogava no São Caetano e morria de fome."
O técnico Márcio se queixou que Miranda tentou agredir Sebá. O volante Júlio César falou que levou um tapa do técnico. "Eu só o empurrei porque ele foi para cima do Sebá", falou o treinador.
No segundo tempo, o Corinthians voltou com Hugo no lugar de Mascherano. O time melhorou, mas finalizava mal.
Nas poucas vezes em que isso aconteceu, Jô errou feio o alvo. Márcio colocou outro atacante, Bobô, no lugar de Marcelo Mattos. Depois disso, começou o festival de expulsões. Primeiro, Paulo Miranda fez falta em Jô e recebeu o cartão vermelho, aos 23min. O técnico Levir Culpi reclamou e também foi expulso.
Aos 33min, foi a vez de Edílson, que demorou para cobrar escanteio, receber o vermelho. Mesmo com dois a mais em campo, o Corinthians continuou mal. O desfecho foi a expulsão de Tevez, por ofensas ao árbitro, aos 43min.

Texto Anterior: Melhor série de 2005 pode ser alcançada hoje
Próximo Texto: Tevez diz que xingou juiz porque foi insultado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.