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FUTEBOL
Derrota para o São Caetano, no Pacaembu lotado e em jogo conturbado, pode custar ao time liderança do Nacional
Corinthians perde a pose e cai no caldeirão
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
A apresentação não foi digna de
um líder do Brasileiro, e o Corinthians pagou caro por isso.
Em tarde de futebol desastroso,
o time foi facilmente batido ontem pelo São Caetano por 2 a 0 e
hoje pode perder o primeiro lugar, que ostenta com 34 pontos,
um a mais que a Ponte Preta, que
recebe logo mais o Coritiba.
Mesmo em seu caldeirão -32
mil torcedores foram ao Pacaembu-, e com um jogador a mais
desde os 23 minutos do segundo
tempo, a equipe de Márcio Bittencourt não conseguiu reagir em
um jogo muito nervoso, que teve
bate-boca e três expulsões.
Foi a segunda derrota corintiana no estádio municipal em sete
jogos, onde tinha aproveitamento
de 72% até o jogo de ontem, no
Brasileiro. No Pacaembu, os jogos
corintianos também tinham média de 4,67 gols por duelo. Ontem,
o ataque corintiano, o melhor do
Nacional, com 39 gols, passou em
branco pela segunda vez no torneio. O desempenho ofensivo foi
pífio. Segundo o Datafolha, foram
15 finalizações, só duas certas.
A defesa também voltou a falhar. A estabilidade no setor durou só os 90 minutos do jogo com
o Coritiba. Logo aos dois minutos, a zaga sofreu um "apagão". E
o ex-corintiano Pingo se aproveitou. Avançou com a bola da intermediária sem marcação, chutou
cruzado, e o atacante Dimba, com
o gol livre e em posição duvidosa,
abriu o placar: 1 a 0.
A partir daí, o jogo virou um
tormento para o time do Parque
São Jorge. Com uma marcação
eficiente, o São Caetano anulava
os jogadores de criação do rival.
A situação piorou quando Coelho, por contusão, deixou o jogo.
O volante Wendel entrou.
O time do ABC se aproveitava
dos erros do adversário e era perigoso nos contra-ataques, quase
sempre arquitetados pelo ex-corintiano Edílson, que levava vantagem na maioria dos lances com
Mascherano, seu marcador.
"O Robinho prometeu e não fez.
Eu dei três [bolas entre as pernas]
no Mascherano", disse o meia.
Os corintianos só chegavam em
lances de bola parada. No melhor
deles, Roger cobrou falta e Wendel, de cabeça, acertou a trave.
Mas o São Caetano dominava e,
em contragolpe, fez 2 a 0 com
Paulo Miranda, que chutou da entrada da área e contou com falha
do goleiro Fábio Costa -ele deixou a bola passar por baixo dele.
O jogo ficou bastante nervoso.
A cada falta, os atletas discutiam.
Sebá reclamou que foi xingado.
"Ficaram me chamando de argentino de merda." Paulo Miranda também afirmou que foi provocado pelo zagueiro. "Ele disse
que eu jogava no São Caetano e
morria de fome."
O técnico Márcio se queixou
que Miranda tentou agredir Sebá.
O volante Júlio César falou que levou um tapa do técnico. "Eu só o
empurrei porque ele foi para cima
do Sebá", falou o treinador.
No segundo tempo, o Corinthians voltou com Hugo no lugar
de Mascherano. O time melhorou, mas finalizava mal.
Nas poucas vezes em que isso
aconteceu, Jô errou feio o alvo.
Márcio colocou outro atacante,
Bobô, no lugar de Marcelo Mattos. Depois disso, começou o festival de expulsões. Primeiro, Paulo Miranda fez falta em Jô e recebeu o cartão vermelho, aos
23min. O técnico Levir Culpi reclamou e também foi expulso.
Aos 33min, foi a vez de Edílson,
que demorou para cobrar escanteio, receber o vermelho. Mesmo
com dois a mais em campo, o Corinthians continuou mal. O desfecho foi a expulsão de Tevez, por ofensas ao árbitro, aos 43min.
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