São Paulo, quarta, 7 de outubro de 1998

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TÊNIS
Recapitulando

THALES DE MENEZES

No dia 3 de junho deste ano:
"É hora de Kuerten tentar dar a volta por cima e calar a boca de seus críticos que já começam a classificar o título na França em 1997 de sorte. Ninguém ganha um torneio de Grand Slam por sorte. E Kuerten pode provar isso."
No dia 10 de junho:
"Kuerten não desaprendeu a jogar. E ele joga muito. Tem potencial para voltar ao grupo dos "top ten' e até sonhar mais alto. Só precisa jogar. Se é com Larri ou sem, de penteado rasta ou Bozo, de amarelo ou branco, jogando a raquete no juiz ou dando uma de bom moço, tanto faz. O que importa é descer o braço."
No dia 29 de julho:
"Fazendo uma comparação ideal dos tenistas, imaginando cada um deles jogando o máximo, em plenas condições físicas, Gustavo Kuerten é o oitavo melhor tenista do mundo."
No dia 9 de setembro:
"Que Kuerten tem golpes fantásticos, ninguém duvida. Se duvidar, é só rever seus bons jogos. No entanto, a irregularidade do tenista desanima até seus fãs mais xiitas. Não dá mais. Será tão difícil deixá-lo pronto para os jogos? Kuerten precisa de muito preparo mental. Seja de Larri Passos, Lair Ribeiro, Wanderley Luxemburgo, Walter Mercado, sei lá, qualquer um."
A recapitulação de trechos publicados nesta coluna durante a temporada pode parecer preguiça do colunista, mas cumpre a função de recapitular a gangorra de Gustavo Kuerten.
Sua vitória em Mallorca, que deu a ele surpreendente espaço nas primeiras páginas dos jornais em pleno "day after" da eleição, reforça a confiança que as pessoas que realmente acompanham o tênis depositam em Kuerten. Os defensores da tese do "fogo de palha" sofreram um duro revés.
Será que foi o embalo em Floripa durante a Davis? Ou Lair Ribeiro e Walter Mercado deram alguns toques? Não importa. O certo é que Kuerten de cabeça boa é outra coisa.

NOTAS

Urubus de plantão
Os detratores de Gustavo Kuerten são persistentes. Na sexta-feira, depois da vitória diante de Sergi Bruguera, um deles soltou: "Também, o Bruguera já era, despencou no ranking". Claro que o "comentarista" não sabia que, no dia anterior, Bruguera havia derrotado de forma inapelável o "top ten" Alex Corretja. Enquanto isso, na TV, o comentário num jornal na hora do almoço: "Guga ganhou mais uma naquele torneio de "cabeças-de-bagre' na Espanha". Tenha dó.

De arrepiar
A final da Grand Slam Cup entrou direto na lista dos dez melhores jogos do ano. E isso é sempre rotina quando Marcelo Ríos e Andre Agassi fazem seu duelo de respostas de saque angulosas e agressivas. Cada um fez o outro correr sem parar. Ríos recebeu até atendimento na quadra, com dores no ombro. No final, a vitória do chileno foi nítida questão de idade -Ríos tem 22 e Agassi, 28.



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