|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Ele é diferente
Com o maior salário da F-1, patrocinadores de peso e único a correr 2 vezes em casa, Alonso exibe força dentro e fora da pista
Danilo Verpa/Folhapress
|
|
Fernando Alonso, líder do Mundial com 231 pontos
DE SÃO PAULO
Foram três anos de aposentadoria. O suficiente para
que Michael Schumacher
perdesse seu trono. Quem
manda na F-1 agora é outro
piloto de vermelho: o espanhol Fernando Alonso, 29.
Dono de uma polpuda
conta bancária, um currículo
recheado de títulos e de reconhecido talento, Alonso sabe, como poucos, usar sua
influência fora das pistas.
Hoje, no GP Brasil, tem a
chance de conquistar o tricampeonato e mostrar seu
poder também no cockpit.
A matemática para isso
acontecer nesta tarde é complicada, especialmente por
ele largar atrás das Red Bull.
Mas o cenário é um antigo
conhecido do espanhol. Foi
em Interlagos que o agora
ferrarista amealhou seus
dois títulos, em 2005 e 2006,
quando ainda era uma estrela emergente da Renault.
A fase é boa. O próprio
Alonso não se cansa de repetir que a sorte tem lhe acompanhado nas últimas provas.
Além da sorte, no entanto,
o espanhol tem trabalhado
duro desde que chegou à Ferrari. Nas palavras de seu próprio chefe, Stefano Domenicali, Alonso, assim como
Schumacher, está deixando
a escuderia com sua cara.
Talvez reflexo disso, é a
única equipe que tem apenas
um piloto na disputa pelo título -as duplas de Red Bull e
McLaren ainda têm chances.
Outro indicativo do poder
de Alonso está em seu contracheque. Estima-se que o
espanhol tenha o maior salário da F-1: 30 milhões (cerca
de R$ 70,7 milhões) por ano,
quase o dobro do segundo
colocado, Lewis Hamilton,
com 16 milhões.
O piloto da Ferrari ainda é
o queridinho de Emilio Botín,
presidente do Santander, um
dos principais patrocinadores da F-1, que dá nome aos
GPs da Inglaterra e da Itália.
O banco acompanha o espanhol onde quer que ele vá.
Primeiro, foi na McLaren. Depois da briga com Ron Dennis e Hamilton, o bicampeão
voltou para a Renault, numa
espécie de período sabático.
Ao final do contrato com o
time inglês, o Santander
anunciou que passaria a patrocinar a equipe de Maranello. Menos de um mês depois,
a Ferrari anunciou a contratação do piloto espanhol.
Apesar de não confirmar, o
Santander teria pago a milionária multa rescisória de Kimi Raikkonen para que Alonso pudesse correr na Ferrari.
O espanhol também conta
com certa complacência da
FIA, a entidade que comanda
o automobilismo mundial.
Apesar de todas as provas
e de ter julgado a Renault culpada pelo escândalo no GP
de Cingapura em 2008, Alonso escapou ileso -o acidente
proposital de Nelsinho Piquet beneficiou o espanhol,
que ficou com a vitória.
Também passou incólume
de críticas dos dirigentes da
FIA após o GP da Alemanha,
em julho. Durante a corrida,
Felipe Massa, então líder da
prova, abriu passagem para
Alonso vencer a disputa.
Antes praticamente ignorada na Espanha, a F-1 também ganhou status no país
graças ao "efeito Alonso".
A diferença é sentida no
paddock. Atualmente, três
redes de TV aberta espanholas transmitem o Mundial.
Outro privilégio concedido
à Espanha atualmente é o de
ser o único país a receber
duas etapas: o GP da Espanha, em Barcelona, e o GP da
Europa, em Valencia.
(CAROLINA ARAÚJO, PAULO COBOS, SANDRO MACEDO E TATIANA CUNHA)
Texto Anterior: Brasileiros frustam público de 61 mil pessoas em Interlagos Próximo Texto: Dia complicado faz líder pensar só em pontos Índice | Comunicar Erros
|