São Paulo, quarta-feira, 08 de março de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Enquanto Corinthians e Palmeiras conquistam títulos internacionais e priorizam a Libertadores, São Paulo, Santos e Lusa vêem chances mais fáceis dde sucesso no Paulista
Estadual expõe condição dos 'grandes'

 Corinthians despreza o Paulista

 Palmeiras busca título após 4 anos

 São Paulo tenta esquecer fracassos

 Santos investe no Estadual

 Lusa sonha com fim de tabu

da Reportagem Local

A condição atual dos clubes ""grandes" de São Paulo pode ser bem constatada em suas ambições no Campeonato Paulista de 2000.
O Corinthians, o maior vencedor da competição, intensificou nos últimos anos a preocupação com conquistas internacionais e, em meio à maior Libertadores da história, irá priorizar o torneio sul-americano, deixando o Paulista como segunda opção -ainda disputará a Copa do Brasil.
O Palmeiras, o segundo maior vencedor da história da competição, diz valorizar o Paulista, mas, por ter um elenco reduzido, pode ter que priorizar também a Libertadores.
Corintianos e palmeirenses já deixaram o Paulista do ano passado em segundo plano e, devido à fórmula de disputa do mesmo, acabaram disputando a decisão -o Corinthians venceu e conquistou seu 23º título estadual.
São Paulo, Santos e Lusa, que não contam com o apoio de grandes multinacionais, como o Corinthians (Hicks Muse Tate & Furst) e o Palmeiras (Parmalat), possuem elencos mais modestos do que os rivais e vêem no Paulista uma chance maior de sucesso.
Especialmente os santistas e os lusos estão ávidos pela conquista do Estadual -não conseguem o título do Paulista desde 1984 e 1973, respectivamente.
Os são-paulinos, por sua vez, só conseguiram um título de expressão na segunda metade da década de 90, exatamente o Paulista, em 1998.
Uma prova do descaso dos jogadores corintianos com o Paulista é a preparação da equipe para a estréia de hoje no torneio, contra a Internacional de Limeira -devido às badalações no Carnaval, alguns atletas nem treinaram.
O elenco corintiano, que venceu o primeiro Mundial de Clubes da Fifa em janeiro, entende que a temporada só começou mesmo com a vitória de 6 a 0 sobre a Liga Deportiva Universitaria pela Libertadores, na última sexta-feira.
Já os palmeirenses se empenharam no começo da temporada em vencer o Rio-São Paulo e mostrar que, mesmo após as negociações de uma série de jogadores importantes e da iminente saída da Parmalat do clube, têm condições de lutar por importantes títulos em 2000.
O técnico Luiz Felipe Scolari, que terá na estréia do Paulista hoje o perigoso Guarani, tem procurado em seu discurso valorizar o Paulista, dizendo que só poupará atletas se necessário.
Neste ano, o clube que usar ""time misto" poderá ser punido pela Globo, que fechou parceria com a Federação Paulista de Futebol e gerencia o torneio.
O Santos foi o clube que mais reforços conseguiu para o Paulista. Com as contratações de Rincón, Carlos Germano e Valdir, o clube espera quebrar um longo jejum. Para a estréia contra a Matonense, porém, o time vive incertezas devido ao desempenho ruim em amistosos e à possibilidade de a diretoria dispensar o técnico Carlos Alberto Silva.
O São Paulo testou novas armas, como o lateral-direito Pimentel, o zagueiro Álvaro e o atacante Evair, no Rio-São Paulo, mas ainda não obteve o resultado esperado. O time estréia contra o Botafogo sem, talvez, a sua única estrela de grande porte na atualidade, França.
A Lusa, dentro de suas limitações financeiras, trouxe veteranos, como o goleiro Ronaldo e o atacante Bentinho, e penou na primeira fase. Hoje, estréia contra o Araçatuba esperando crescer na fase final do Paulista, como aconteceu em 1998, quando tinha Candinho.
O Corinthians, atual bicampeão nacional, contratou os zagueiros Adílson e Fábio Luciano e o lateral Daniel.
O campeão do Paulista-2000 receberá R$ 4 milhões como prêmio. O vice-campeão ficará com R$ 1 milhão.
O torneio começa para os ""grandes" com alguns problemas. O estádio do Pacaembu, por exemplo, não poderá ser usado a princípio devido aos problemas na licitação de suas placas. Com isso, o Corinthians deverá mandar suas partidas no Canindé ou no Morumbi.
O Palmeiras, por sua vez, não deverá ter jogos exibidos pela TV aberta -segundo grade divulgada pela FPF, apenas oito jogos deverão ser mostrados pela Globo nesta segunda fase do Paulista, nenhum que tenha o Palmeiras.
Outro problema será visto já hoje. Como Palmeiras e Corinthians jogarão na capital, há grande risco de confrontos entre seus torcedores pela cidade.
A venda de ingressos para o torneio ainda é uma incógnita. Bancas de jornais vão vender entradas, mas ainda não há muitas informações sobre o novo sistema de vendas -a Globo deve fazer promoções com um jornal para vender ingressos, como fez no Rio de Janeiro. (RODRIGO BUENO)


Texto Anterior: Farah quer fusão de torneios
Próximo Texto: Painel FC
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.