São Paulo, sábado, 08 de maio de 2004

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FUTEBOL

Quatro dos cinco primeiros colocados do campeonato têm como trunfo cobranças de faltas, escanteios e pênaltis

Bola parada move líderes do Brasileiro

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

No país do futebol-arte, as jogadas de bola parada são o principal atalho para o topo do campeonato mais importante. Quatro dos cinco primeiros do Brasileiro têm esses lances como trunfo para balançar a rede dos rivais.
Os times pequenos, que nunca venceram a competição, aproveitaram esse recurso para largar na frente de muitos dos grandes.
De acordo com o Datafolha, dos cinco melhores classificados, o único a usar pouco (uma vez) essa arma é o São Paulo, vice-líder.
Primeira colocada, a Ponte Preta fez quatro de seus sete gols depois de cobranças de escanteio e faltas. "Como não temos alguém que cobre bem direto para o gol, preparamos muitas jogadas ensaiadas", disse Estevam Soares, técnico do clube de Campinas.
A equipe dele, que hoje enfrenta o Palmeiras, não precisou de nenhum gol de pênalti para liderar.
Os casos mais emblemáticos acontecem em Santa Catarina. Torcedores de Figueirense e Criciúma só comemoraram um gol de seus times com bola rolando.
Terceiro colocado, o Figueirense balançou a rede sete vezes. Em três oportunidades, o gol saiu em cobranças de pênalti. Um foi numa falta batida diretamente para o gol. Os dois restantes saíram em cruzamentos após faltas.
Outra surpresa catarinense, o Criciúma, quinto colocado e que hoje pega o São Caetano, fez cinco gols. Dois foram em cobranças de falta e dois de pênalti.
O Cruzeiro, quarto na tabela, marcou um terço de seus nove gols com ajuda da bola parada.
Por causa da fama dos jogadores brasileiros de não gostarem de trabalhos táticos, os treinadores tentam facilitar a preparação.
"Treinamos essas jogadas pelo menos meia hora por dia, mas não repetimos mais do que seis lances seguidos, senão o treino fica horrível", disse o técnico Dorival Júnior, do Figueirense. Na Ponte, Soares repete os lances sem marcação, para evitar lesões.
Além dos líderes, a maioria dos artilheiros deste Brasileiro é especialista nessas jogadas. Porém a participação dos gols de bola parada no total do Nacional caiu de 33,9% de 2003 para 32% agora.


Colaborou Fábio Tura, do Datafolha

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