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FUTEBOL
Quatro dos cinco primeiros colocados do campeonato têm como trunfo cobranças de faltas, escanteios e pênaltis
Bola parada move líderes do Brasileiro
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
No país do futebol-arte, as jogadas de bola parada são o principal
atalho para o topo do campeonato mais importante. Quatro dos
cinco primeiros do Brasileiro têm
esses lances como trunfo para balançar a rede dos rivais.
Os times pequenos, que nunca
venceram a competição, aproveitaram esse recurso para largar na
frente de muitos dos grandes.
De acordo com o Datafolha, dos
cinco melhores classificados, o
único a usar pouco (uma vez) essa
arma é o São Paulo, vice-líder.
Primeira colocada, a Ponte Preta fez quatro de seus sete gols depois de cobranças de escanteio e
faltas. "Como não temos alguém
que cobre bem direto para o gol,
preparamos muitas jogadas ensaiadas", disse Estevam Soares,
técnico do clube de Campinas.
A equipe dele, que hoje enfrenta
o Palmeiras, não precisou de nenhum gol de pênalti para liderar.
Os casos mais emblemáticos
acontecem em Santa Catarina.
Torcedores de Figueirense e Criciúma só comemoraram um gol
de seus times com bola rolando.
Terceiro colocado, o Figueirense balançou a rede sete vezes. Em
três oportunidades, o gol saiu em
cobranças de pênalti. Um foi numa falta batida diretamente para
o gol. Os dois restantes saíram em
cruzamentos após faltas.
Outra surpresa catarinense, o
Criciúma, quinto colocado e que
hoje pega o São Caetano, fez cinco
gols. Dois foram em cobranças de
falta e dois de pênalti.
O Cruzeiro, quarto na tabela,
marcou um terço de seus nove
gols com ajuda da bola parada.
Por causa da fama dos jogadores brasileiros de não gostarem de
trabalhos táticos, os treinadores
tentam facilitar a preparação.
"Treinamos essas jogadas pelo
menos meia hora por dia, mas
não repetimos mais do que seis
lances seguidos, senão o treino fica horrível", disse o técnico Dorival Júnior, do Figueirense. Na
Ponte, Soares repete os lances sem
marcação, para evitar lesões.
Além dos líderes, a maioria dos
artilheiros deste Brasileiro é especialista nessas jogadas. Porém a
participação dos gols de bola parada no total do Nacional caiu de
33,9% de 2003 para 32% agora.
Colaborou Fábio Tura, do Datafolha
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