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TÊNIS
Único rival de Gustavo Kuerten pelo primeiro posto no ranking na França, sueco diz que pode vencer qualquer jogador
Nº 1, Magnus Norman se diz "imbatível"
RONALDO SOARES
DE PARIS
Embora jamais tenha conquistado um Grand Slam, Magnus
Norman se tornou um dos nomes
mais respeitados do circuito profissional por causa de sua trajetória nos últimos 14 meses.
No período, o sueco acumulou
sete títulos (cinco em 1999).
Neste ano, com dois títulos, em
Auckland (Nova Zelândia) e no
Masters Series de Roma (Itália),
mais as semifinais no Aberto da
Austrália, em Barcelona (Espanha) e em Adelaide (Austrália) e
as quartas-de-final em Indian
Wells (EUA), Norman garantiu a
liderança no novo ranking do tênis, que considera apenas os resultados da temporada.
É esse retrospecto que o leva a se
considerar praticamente imbatível atualmente. "Hoje sou capaz
de ganhar dos melhores", disse o
sueco de 24 anos, que bateu Gustavo Kuerten na decisão de Roma.
Semifinalistas, ele e o brasileiro
são os dois únicos concorrentes
que disputam em Roland Garros,
além do título, a liderança da Corrida dos Campeões. Mas Norman
evita fazer previsões sobre um
possível terceiro encontro com
Kuerten este ano -o brasileiro
deu-lhe o troco em Hamburgo,
cinco dias depois da final italiana.
Ontem, Norman se qualificou
para a semifinal ao vencer Marat
Safin por 3 a 1 (6/4, 6/3, 4/6 e 7/ 5).
Deixou a quadra com o uniforme empapado de saibro (terra batida), mérito do russo, único rival
que conseguiu tomar-lhe um set
no torneio francês, um dos quatro
mais importantes do mundo.
Foi em Roland Garros que Norman comemorou seu aniversário
nos últimos quatro anos.
Esse fato não tem a ver com superstição nem com amor ao esporte, e sim com obrigação. É que
o aniversário do tenista -30 de
maio- coincide com o período
em que é disputado o torneio.
"Eu preferia comemorar com a
minha família, na Suécia, mas há
algum tempo isso já não é mais
possível", lamenta Norman.
Em 1997, porém, mesmo longe
da família, ele se sentiu recompensado. No dia em que completava 21 anos, Norman derrotava o
norte-americano Pete Sampras,
então número um do ranking.
Na França, esta já é a melhor
campanha de Norman -em quatro participações anteriores, tivera como melhor resultado as
quartas-de-final de 1997. No ano
passado, caiu na primeira rodada.
Pergunta - O fato de ser o número
um do mundo faz você se sentir
uma estrela?
Magnus Norman - É agradável.
As pessoas te admiram na quadra
e fora dela, te parabenizam. Isso
acaba te dando muita confiança.
Pergunta - A que você atribui a
melhora do seu rendimento nos últimos 14 meses?
Norman - É uma questão difícil.
Sempre me perguntam isso.
Quando alguém ganha um título
pela primeira vez, acham que o
campeão veio do nada. Na verdade, eu trabalhei muito no ano passado, e os resultados mostram
que venho jogando bem há dois
anos. Atribuo esse progresso a
meu treinador (Frederik Rosengren), que me fez jogar muito
mais agressivo do que até dois
anos atrás.
Pergunta - Você diria, três anos
atrás, que seria capaz de chegar ao
nível de hoje?
Norman - Acho que sim. Quando fiz 21 anos, ganhei de Sampras,
foi muito importante para mim.
Agora, acredito que sou capaz de
ganhar dos melhores jogadores,
seja lá em que dia for.
Pergunta - Depois que você virou
o número um do mundo, sua vida
mudou muito?
Norman- Sim. O fato de ser o primeiro na Corrida dos Campeões
traz muita pressão. As pessoas
prestam mais atenção no que você faz. É algo com que sempre sonhei e estou muito contente de ter
chegado a esse nível.
Pergunta - Você poderá fazer a final de Roland Garros com Gustavo
Kuerten, em um jogo que valeria
também a primeira posição do ranking. O que acha disso?
Norman - Por enquanto, estou
pensando só no jogo de amanhã
(contra Franco Squillari). Estou
um pouco cansado, mas até lá já
estarei melhor. Terei de jogar o
melhor possível para estar na final. Se eu chegar lá, vocês terão de
me fazer essa pergunta de novo.
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