São Paulo, quinta-feira, 08 de junho de 2000


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TÊNIS
Único rival de Gustavo Kuerten pelo primeiro posto no ranking na França, sueco diz que pode vencer qualquer jogador
Nº 1, Magnus Norman se diz "imbatível"

RONALDO SOARES
DE PARIS

Embora jamais tenha conquistado um Grand Slam, Magnus Norman se tornou um dos nomes mais respeitados do circuito profissional por causa de sua trajetória nos últimos 14 meses.
No período, o sueco acumulou sete títulos (cinco em 1999).
Neste ano, com dois títulos, em Auckland (Nova Zelândia) e no Masters Series de Roma (Itália), mais as semifinais no Aberto da Austrália, em Barcelona (Espanha) e em Adelaide (Austrália) e as quartas-de-final em Indian Wells (EUA), Norman garantiu a liderança no novo ranking do tênis, que considera apenas os resultados da temporada.
É esse retrospecto que o leva a se considerar praticamente imbatível atualmente. "Hoje sou capaz de ganhar dos melhores", disse o sueco de 24 anos, que bateu Gustavo Kuerten na decisão de Roma.
Semifinalistas, ele e o brasileiro são os dois únicos concorrentes que disputam em Roland Garros, além do título, a liderança da Corrida dos Campeões. Mas Norman evita fazer previsões sobre um possível terceiro encontro com Kuerten este ano -o brasileiro deu-lhe o troco em Hamburgo, cinco dias depois da final italiana.
Ontem, Norman se qualificou para a semifinal ao vencer Marat Safin por 3 a 1 (6/4, 6/3, 4/6 e 7/ 5).
Deixou a quadra com o uniforme empapado de saibro (terra batida), mérito do russo, único rival que conseguiu tomar-lhe um set no torneio francês, um dos quatro mais importantes do mundo.
Foi em Roland Garros que Norman comemorou seu aniversário nos últimos quatro anos.
Esse fato não tem a ver com superstição nem com amor ao esporte, e sim com obrigação. É que o aniversário do tenista -30 de maio- coincide com o período em que é disputado o torneio.
"Eu preferia comemorar com a minha família, na Suécia, mas há algum tempo isso já não é mais possível", lamenta Norman.
Em 1997, porém, mesmo longe da família, ele se sentiu recompensado. No dia em que completava 21 anos, Norman derrotava o norte-americano Pete Sampras, então número um do ranking.
Na França, esta já é a melhor campanha de Norman -em quatro participações anteriores, tivera como melhor resultado as quartas-de-final de 1997. No ano passado, caiu na primeira rodada.

Pergunta - O fato de ser o número um do mundo faz você se sentir uma estrela?
Magnus Norman
- É agradável. As pessoas te admiram na quadra e fora dela, te parabenizam. Isso acaba te dando muita confiança.

Pergunta - A que você atribui a melhora do seu rendimento nos últimos 14 meses?
Norman
- É uma questão difícil. Sempre me perguntam isso. Quando alguém ganha um título pela primeira vez, acham que o campeão veio do nada. Na verdade, eu trabalhei muito no ano passado, e os resultados mostram que venho jogando bem há dois anos. Atribuo esse progresso a meu treinador (Frederik Rosengren), que me fez jogar muito mais agressivo do que até dois anos atrás.

Pergunta - Você diria, três anos atrás, que seria capaz de chegar ao nível de hoje?
Norman
- Acho que sim. Quando fiz 21 anos, ganhei de Sampras, foi muito importante para mim. Agora, acredito que sou capaz de ganhar dos melhores jogadores, seja lá em que dia for.

Pergunta - Depois que você virou o número um do mundo, sua vida mudou muito?
Norman
- Sim. O fato de ser o primeiro na Corrida dos Campeões traz muita pressão. As pessoas prestam mais atenção no que você faz. É algo com que sempre sonhei e estou muito contente de ter chegado a esse nível.

Pergunta - Você poderá fazer a final de Roland Garros com Gustavo Kuerten, em um jogo que valeria também a primeira posição do ranking. O que acha disso?
Norman
- Por enquanto, estou pensando só no jogo de amanhã (contra Franco Squillari). Estou um pouco cansado, mas até lá já estarei melhor. Terei de jogar o melhor possível para estar na final. Se eu chegar lá, vocês terão de me fazer essa pergunta de novo.


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