DE PARIS

O brasileiro Gustavo Kuerten, que enfrenta amanhã o espanhol Juan Carlos Ferrero pelas semifinais do torneio de Roland Garros, bateu bola ontem por cerca de uma hora com o tenista júnior Philipe Haboe. Kuerten estava acompanhado de seu treinador, Larri Passos.
O tenista, que neste ano mudou completamente de atitude e não tem sido solícito nem com a imprensa nem com os fãs, recusou-se a dar autógrafos tanto na entrada quanto na saída da quadra.
Kuerten encerrou o treinamento cobrindo o rosto com duas raquetes e seguiu para o vestiário. Ele está em segundo lugar na Corrida dos Campeões e pode chegar à liderança do novo ranking mundial caso conquiste o título.
O adversário que o brasileiro vai enfrentar amanhã na competição é um "escravo" do tênis.
Em outubro do ano passado, Juan Carlos Ferrero, 20, conseguiu tirar dez dias seguidos de folga da modalidade, o que não acontecia havia nove anos.
A folga veio depois da conquista do primeiro ATP Tour da carreira do espanhol -em Mallorca, na Espanha. "Trabalhei duro o ano inteiro para isso", declarou ele, justificando a folga.
Ferrero sempre se recusou a deixar a cidade onde foi criado -o vilarejo de Villena, no interior da Espanha- para treinar em Barcelona, destino obrigatório de todos os grandes jogadores espanhóis especialistas no saibro.
O jogador costuma repetir o mesmo gesto após cada vitória: manda um beijo para o céu, em homenagem a sua mãe, que morreu quando ele tinha 14 anos.
Ferrero, que disputa neste ano pela primeira vez o torneio de Roland Garros, um dos quatro mais importantes do circuito mundial, não apareceu para treinar ontem no complexo de tênis. (RS)


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