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Elite pede CT, e mercado prefere quadras públicas
DA REPORTAGEM LOCAL
Unânimes em constatar que
o efeito de Guga como ídolo não
foi capaz de gerar legado para o
tênis brasileiro, dirigentes,
atletas, técnicos e representantes do mercado de material esportivo discordam ao apontar
estratégias para o crescimento
da modalidade.
A elite defende a construção
de um centro de excelência para concentrar os principais jogadores do país. O mercado pede mais quadras públicas.
"Não tem o que discutir. É
preciso ter um centro de treinamento", diz o presidente da
CBT, Jorge Lacerda da Rosa.
"Nenhum país conseguiu se desenvolver sem um centro."
Para Fernando Meligeni, ex-tenista e ex-capitão na Copa
Davis, um centro ajudaria muito o desenvolvimento na base.
"Naquele momento [quando
Guga ganhou Roland Garros],
alguém iria topar fazer um centro de treinamento", afirma
Meligeni, que cita o vôlei como
exemplo de como desenvolver
um bom trabalho de base.
"Por que o Brasil joga a Liga
Mundial com reservas e ganha
jogos?", questiona. "O mais difícil é fazer a base, mas, se fizer
bem-feito, começa a sair jogador um atrás do outro."
Enquanto o CT não sai, a
CBT defende o fortalecimento
dos clubes. "Não podemos desprezar o trabalho deles", diz
Rosa, que assinou um convênio
com a Suíça no qual pretende
utilizar a estrutura dos clubes.
O dirigente declara que é difícil seguir o modelo argentino,
que possui muitas quadras públicas. "Buenos Aires conta
com mais quadras públicas do
que o Brasil inteiro."
Outra que compara com a Argentina é Nora Vallejos, da Wilson. "A diferença entre a realidade do tênis nos dois países é
reflexo da institucionalização
do esporte. Aqui, tudo é privado, diferente da Argentina, que
tem cada vez mais pessoas inspiradas a jogar em quadras públicas e nas escolas", aponta.
Paulo de Tarso, da Head,
conta que o mercado argentino
-que, em 2001, consumiu metade das raquetes vendidas no
Brasil- hoje é maior que o nacional. "Eles [argentinos] aproveitaram muito mais o efeito
dos ídolos", resume ele.0
(FI E LF)
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