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Após triunfo na Inglaterra, ferrarista pode conquistar seu quinto título na F-1 no próximo GP, na França
Vitória deixa Schumacher perto do penta
DO ENVIADO A SILVERSTONE
Michael Schumacher quebrou
mais um recorde ontem. Encostou no pentacampeonato. Viu seu
companheiro de equipe assumir o
segundo lugar no Mundial.
Nada disso mereceu tanta comemoração como o fato de ter
vencido no campo do adversário.
"Foi uma vitória especial para
mim. Nunca tive sorte na Inglaterra, mas, de repente, consegui
aqui minha 60ª vitória. Foi incrível, fantástico", disse o piloto alemão, ensopado de champanhe.
Silverstone é a casa da McLaren
e da Williams, times que venceram a corrida 15 vezes nos últimos
20 anos. Schumacher, até ontem,
só havia conseguido uma vitória
no circuito, em 1998. E foi nessa
pista que ele sofreu o acidente
mais grave de sua carreira, em
1999 -fraturou a perna direita,
passou por uma cirurgia e perdeu
mais seis etapas daquele Mundial.
Só na entrevista coletiva oficial
da FIA (entidade máxima do automobilismo) é que o alemão se
deu conta de suas outras façanhas
na corrida de ontem. Foram três.
A principal delas: ter aberto a
possibilidade de fechar o Mundial
já na próxima etapa, na França.
Para que isso aconteça, Schumacher precisa vencer em
Magny-Cours, desde que Rubens
Barrichello ou Juan Pablo Montoya não terminem em segundo.
O alemão pode ser campeão até
com a segunda posição, dependendo de uma combinação de resultados. Entre outros fatores,
Barrichello teria que ficar fora da
zona de pontos e Montoya não
poderia ir além do sexto lugar.
"É verdade? Não somei meus
pontos ainda. Preciso fazer o cálculo", declarou Schumacher.
"O que importa é que, agora, estamos em uma situação ideal no
campeonato", afirmou, referindo-se a seu companheiro de equipe, Barrichello, que assumiu a vice-liderança da temporada.
Recorde
Schumacher conseguiu outros
dois feitos importantes ontem.
Mantendo a rotina, o tetracampeão bateu um recorde. Superou
Alain Prost e tornou-se o piloto
com mais pódios em toda a história da categoria: 107 -60 vitórias,
31 segundos lugares e 16 terceiros.
De quebra, chegou aos pontos
pela 15ª corrida seguida, igualando uma marca do argentino Carlos Reutemann entre 1980 e 1981.
A última corrida em que não
pontuou foi o GP da Alemanha do
ano passado, que abandonou
com problemas mecânicos.
Largando em terceiro lugar, o
alemão contou ontem com a chuva para chegar à vitória.
Alçado ao segundo posto antes
mesmo da largada com o problema de Barrichello (leia nesta página), Schumacher se lançou em
uma perseguição ao Williams de
Montoya nas primeiras voltas.
Seu trabalho ficou mais fácil a
partir da 10ª volta, quando passou
a garoar em Silverstone.
Com a pista molhada apenas
em alguns trechos, as equipes optaram por pneus intermediários.
É esse, exatamente, o ponto fraco
da Michelin, que desde 2001 fornece compostos para a Williams.
Sem conseguir impor um ritmo
forte, Montoya não teve como segurar Schumacher. Sem enfrentar
resistência, o alemão ultrapassou
o colombiano na 16ª das 60 voltas
e disparou para a vitória.
"Sabíamos que tínhamos pneus
muito bons. Trabalhamos muito
duro com a Bridgestone para chegar a esse estágio", disse. "Mas tenho que agradecer ao Ross
[Brawn, estrategista da Ferrari".
Ele soube me chamar para trocar
pneus nas horas certas."
Na parte final da corrida, já com
asfalto seco, Schumacher se deu
ao luxo de tirar o pé e controlar
seu ritmo de corrida. Mesmo assim, venceu com mais de 14 segundos de folga para Barrichello.
Candidato a rival do alemão no
início do campeonato, Montoya,
terceiro no Mundial, jogou a toalha ontem. "Michael não precisa
ficar fazendo contas. Ele sabe que
já ganhou o título", disse o colombiano ontem, sorriso amarelo no
rosto.
(FÁBIO SEIXAS)
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