São Paulo, domingo, 08 de agosto de 2004

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"Amor à pátria" mantém esporte na menor cidade

DA ENVIADA A DIAMANTE DO NORTE

É nas quadras dos únicos dois colégios da cidade que os professores de educação física de Diamante do Norte tentam incentivar os alunos a seguir os passos do conterrâneo famoso.
Escadinha, líbero da seleção de vôlei, mudou-se do Paraná ainda no colo da mãe e nunca mais voltou. Mas fez de Diamante a menor cidade do país a colocar um atleta em Atenas.
Se visitar sua terra natal hoje, Escadinha verá os 5.365 habitantes usufruindo de uma estrutura muito parecida com a de 1975, ano em que nasceu.
A cidade ganhou um ginásio na década de 80, mas a quadra tem sido usada apenas durante as competições regionais.
"Continuamos por amor à pátria. E, pela estrutura que temos, até conseguimos bons resultados", conta Wladimir Tadeu Montean, professor da Escola Estadual Reinaldo Massi.
Diamante do Norte vive da agricultura e da pecuária. Na cidade, as atividades giram em torno da prefeitura e do pequeno comércio -há dois postos de gasolina e dois bancos.
Nos anos 90, o município cresceu com a construção das barragens nos rios Paraná e Paranapanema. Quando acabaram as obras, as pessoas e o dinheiro foram embora.
Deixar Diamante do Norte é a escolha de muitas famílias, como a de Escadinha. O município ostenta o oitavo pior IDH-M dentre os 98 do país que levarão atletas a Atenas.
"Muitos meninos também saem com a esperança de serem atletas. Se a gente vê algum talento, tenta orientar, mas muitas vezes falta oportunidade", afirma Montean, que fez o caminho inverso e deixou Londrina para morar em Diamante do Norte. (MARIANA LAJOLO)


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