São Paulo, domingo, 08 de agosto de 2004

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Atletas e deuses se encontram em Olímpia-500 a.C.

DO PAINEL FC
DA REPORTAGEM LOCAL

As Olimpíadas surgiram como um ritual religioso, que foi ganhando contornos de entretenimento com o passar dos anos. Isso fica claro quando se comparam as datas de construção das estruturas do complexo onde ocorriam os Jogos.
O santuário, ponto central, concentrava os prédios mais antigos, como o templo de Hera, do século 7 a.C., e o Campo do Peloponeso, um pouco mais recente. Em torno do santuário havia um muro, que o separava das demais instalações.
Assim como o pritaneu, o bouletérion foi concluído no início do século 5 a.C. Na mesma época foi erguido o principal prédio do santuário, o templo de Zeus. O grande altar do deus, do qual as escavações arqueológicas não encontraram vestígios, estava ao lado do templo, em frente ao Campo do Peloponeso. Havia ainda o altar de Zeus Hórkios, o deus da vingança, dentro do bouletérion.
O estádio arcaico, de data imprecisa, não tinha aterros. A linha de chegada era em frente ao altar de Zeus. Foi reformado ao menos três vezes, a primeira no início do século 5 a.C. Ficou num plano mais baixo, e as laterais ganharam aterros, que recebiam até 45 mil pessoas. Os juízes tinham o privilégio de locais reservados e assentos de pedra, ao lado da pista.
Mais tarde, com a construção do pórtico dos Ecos, o estádio foi definitivamente separado do santuário. Sobreviveu um túnel ligando-o à área central, por onde os atletas passavam antes de competir.
Nessa época, os bosques de Áltis já não eram suficientes para abrigar os que viajavam a Olímpia -até 60 mil pessoas.
No século 4 a.C., o arquiteto Leônidas de Naxos ergueu o Leonidáion, uma hospedaria para convidados ilustres. Possuía quartos nos quatro lados, com vista para o pátio. Era tão confortável que os romanos, após a conquista da Grécia, o transformaram em residência de seus oficiais.
A palestra, usada para o treinamento dos atletas, foi concluída no século 3 a.C. Seu formato era quase de um quadrado, com pátio, vestiários, salas para ungi-los com óleo, para retirar a poeira do corpo e para banhos. A estrutura tinha ainda salas com bancos, para aulas teóricas.
O ginásio, que recebia provas de atletismo, é do século 2 a.C. O hipódromo não foi escavado. Os arqueólogos que descobriram as ruínas, no século 19, crêem que uma de suas partes tenha sido inundada pelo Alfeu, um dos dois rios que banhavam Olímpia. (FÁBIO VICTOR E LUÍS FERRARI)

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