São Paulo, quarta-feira, 08 de setembro de 2004

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Seleção encara só a 1ª revanche

Finalistas de 2002 se reencontram hoje no palco da decisão da próxima Copa, cuja tabela será preparada para as seleções duelarem apenas no jogo derradeiro

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A BERLIM

Hoje, às 15h45, é amistoso. Em 2006, se novamente acontecer, será na final da Copa do Mundo.
Na véspera do duelo entre Brasil e Alemanha, na revanche da final do último Mundial, os organizadores da próxima edição, em evento na embaixada brasileira em Berlim, transmitiram um recado de Franz Beckenbauer, o chefão do Comitê Organizador: a chave da Copa-2006 será feita de uma forma em que as seleções só possam se cruzar na decisão.
"Posso garantir que Brasil e Alemanha não poderão se enfrentar antes", afirmou Wolfgang Niersbach, um dos vices do Comitê Organizador, que também prometeu que a seleção pentacampeã fará o jogo de abertura -prerrogativa que era do detentor do título mundial, mas que acabou depois que a Fifa determinou que os vencedores das Copas passem a disputar as eliminatórias.
Com oito títulos mundiais na bagagem, Brasil (cinco) e Alemanha (três) terão um novo round de uma disputa que hoje é bastante desequilibrada. Desde a final da Copa-2002, Ronaldo, 27, brilha dentro e fora de campo, e o Brasil é novamente soberano na bola. Desde que soltou nos pés do rival o chute de Rivaldo, Kahn, 35, perdeu a fama de melhor goleiro do mundo, e a Alemanha, a de equipe símbolo da eficiência.
Ronaldo entrou em estado de graça depois da decisão do Mundial. Trocou a Inter de Milão pelo Real Madrid em um negócio de 40 milhões. Foi eleito de novo pela Fifa o melhor jogador do mundo. Sua vida pessoal vai bem. Anunciou no domingo o casamento com a modelo Daniella Cicarelli.
Já Kahn, que antes de falhar na final de Yokohama recebeu o título de melhor jogador da Copa, viu sua carreira entrar em pane.
Prova disso é que ontem, no último treino da sua seleção para o jogo, foi vaiado pelos cerca de mil torcedores que foram ao estádio.
Isso depois de acumular falhas, como na última Copa dos Campeões, quando deixou a bola passar sob seu corpo em chute de Roberto Carlos, num jogo decisivo entre Real Madrid e Bayern de Munique, time que acumula fracassos. Fora de campo, o goleiro se viu envolvido em um escândalo sexual e se separou da mulher.
Em um vídeo feito pelos alemães, Ronaldo e Kahn falam sobre a falha grotesca do alemão na Copa. "Não acho que foi uma falha. O chute do Rivaldo teve muito efeito", atenua o atacante.
Já Kahn admite o erro. "Na hora, pensei por que isso deveria acontecer justo comigo. Mas, talvez por todas as contusões que ele [Ronaldo] teve, acho que foi uma questão de justiça", diz.
Depois do Mundial, o Brasil ganhou uma Copa América e é o líder das eliminatórias sul-americanas. Já a Alemanha, assim como seu goleiro, entrou em parafuso. Na última Eurocopa, não passou nem da primeira fase, e muitos no país dizem que o time só não corre o risco de ficar fora da próxima Copa por não ter de jogar o qualificatório, já que será o país-sede.
Para tirar o time do buraco, os cartolas apostaram numa comissão técnica cheia de ex-atletas (o técnico agora é o ex-atacante Klinsmann) e em alguns jovens, como o brasileiro Kuranyi, 22, do Stuttgart, filho de um alemão e uma panamenha, nascido no Rio.


NA TV - Globo, ao vivo, a partir das 15h45


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