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Seleção encara só a 1ª revanche
Finalistas de 2002 se reencontram hoje no palco da decisão da próxima Copa, cuja tabela será preparada para as seleções duelarem apenas no jogo derradeiro
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A BERLIM
Hoje, às 15h45, é amistoso. Em
2006, se novamente acontecer, será na final da Copa do Mundo.
Na véspera do duelo entre Brasil
e Alemanha, na revanche da final
do último Mundial, os organizadores da próxima edição, em
evento na embaixada brasileira
em Berlim, transmitiram um recado de Franz Beckenbauer, o
chefão do Comitê Organizador: a
chave da Copa-2006 será feita de
uma forma em que as seleções só
possam se cruzar na decisão.
"Posso garantir que Brasil e Alemanha não poderão se enfrentar
antes", afirmou Wolfgang Niersbach, um dos vices do Comitê Organizador, que também prometeu que a seleção pentacampeã fará o jogo de abertura -prerrogativa que era do detentor do título
mundial, mas que acabou depois
que a Fifa determinou que os vencedores das Copas passem a disputar as eliminatórias.
Com oito títulos mundiais na
bagagem, Brasil (cinco) e Alemanha (três) terão um novo round
de uma disputa que hoje é bastante desequilibrada. Desde a final da
Copa-2002, Ronaldo, 27, brilha
dentro e fora de campo, e o Brasil
é novamente soberano na bola.
Desde que soltou nos pés do rival
o chute de Rivaldo, Kahn, 35, perdeu a fama de melhor goleiro do
mundo, e a Alemanha, a de equipe símbolo da eficiência.
Ronaldo entrou em estado de
graça depois da decisão do Mundial. Trocou a Inter de Milão pelo
Real Madrid em um negócio de
40 milhões. Foi eleito de novo pela
Fifa o melhor jogador do mundo.
Sua vida pessoal vai bem. Anunciou no domingo o casamento
com a modelo Daniella Cicarelli.
Já Kahn, que antes de falhar na
final de Yokohama recebeu o título de melhor jogador da Copa, viu
sua carreira entrar em pane.
Prova disso é que ontem, no último treino da sua seleção para o
jogo, foi vaiado pelos cerca de mil
torcedores que foram ao estádio.
Isso depois de acumular falhas,
como na última Copa dos Campeões, quando deixou a bola passar sob seu corpo em chute de Roberto Carlos, num jogo decisivo
entre Real Madrid e Bayern de
Munique, time que acumula fracassos. Fora de campo, o goleiro
se viu envolvido em um escândalo
sexual e se separou da mulher.
Em um vídeo feito pelos alemães, Ronaldo e Kahn falam sobre a falha grotesca do alemão na
Copa. "Não acho que foi uma falha. O chute do Rivaldo teve muito efeito", atenua o atacante.
Já Kahn admite o erro. "Na hora, pensei por que isso deveria
acontecer justo comigo. Mas, talvez por todas as contusões que ele
[Ronaldo] teve, acho que foi uma
questão de justiça", diz.
Depois do Mundial, o Brasil ganhou uma Copa América e é o líder das eliminatórias sul-americanas. Já a Alemanha, assim como
seu goleiro, entrou em parafuso.
Na última Eurocopa, não passou
nem da primeira fase, e muitos no
país dizem que o time só não corre o risco de ficar fora da próxima
Copa por não ter de jogar o qualificatório, já que será o país-sede.
Para tirar o time do buraco, os
cartolas apostaram numa comissão técnica cheia de ex-atletas (o
técnico agora é o ex-atacante
Klinsmann) e em alguns jovens,
como o brasileiro Kuranyi, 22, do
Stuttgart, filho de um alemão e
uma panamenha, nascido no Rio.
NA TV - Globo, ao vivo, a
partir das 15h45
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