São Paulo, terça-feira, 09 de janeiro de 2001

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Decisão do Clube dos 13 por tira-teima deve ser seguida hoje pelo STJD

Vasco sai na frente, e nova final é marcada
José Doval/"Agência RBS"
O presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, que coordenou a reunião que decidiu pela realização de uma nova final da Copa JH



Em troca da garantia de disputar primeira divisão do Brasileiro-2001, São Caetano recua e aceita jogar partida extra para decidir o campeão da Copa João Havelange

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
RODRIGO BERTOLOTTO
ENVIADOS ESPECIAIS A PORTO ALEGRE

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Eurico Miranda exigiu, e o Comitê Executivo do Clube dos 13 fez exatamente o que ele queria.
Reunidos em Porto Alegre, seus seis integrantes decidiram ontem pela realização de um novo jogo entre Vasco e São Caetano para decidir a Copa João Havelange.
A partida foi marcada para o próximo dia 18 -quinta-feira da semana que vem-, no estádio do Maracanã, às 16h.
Apesar de a resolução final caber ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva, que se reúne hoje no Rio, a tendência é o STJD confirmar a decisão do Clube dos 13, associação que reúne as 20 maiores equipes do país.
""Tomamos uma decisão consensual de caráter administrativo. Agora cabe ao STJD tomar a dele, de caráter jurídico", disse Fábio Koff, presidente da associação.
Segundo ele, como ""ficou nítido que o Vasco não teve culpa pelos incidentes em São Januário, não deveria ser penalizado com a perda do campeonato. O certo realmente é realizar um novo jogo".
Dizendo ter visto várias vezes o teipe da partida do último dia 30 -quando a queda de um alambrado em São Januário feriu 210 torcedores e fez com que o governador do Rio, Anthony Garotinho, ordenasse a suspensão do jogo-, Koff inocentou o Vasco de responsabilidade pelo ocorrido.
""Nenhuma das associações teve responsabilidade pelo que aconteceu. Foi um caso fortuito, e não temos nenhum subsídio para comprovar a superlotação", afirmou. ""Só o borderô poderia comprovar se houve venda maior de ingressos do que o permitido."
Sobre a possibilidade de vários torcedores terem entrado no estádio usando o mesmo ingresso magnético, que era cuspido pela catraca, Koff disse que a culpa, se houve, foi dos órgãos públicos, que deveriam fazer a fiscalização da entrada do público.
""Sou a melhor pessoa para julgar o caso porque não estava presente no dia do jogo", comentou, dizendo que voltara na véspera do exterior, onde teria se submetido a tratamento médico -no Clube dos 13, porém, a informação era de que teria viajado a turismo.
Mesmo dizendo que a JH ""não foi esse desastre que dizem por aí", Koff mostrou-se sem graça ao responder algumas questões, especialmente as relativas ao fato de a entidade ter se curvado a Eurico, presidente eleito do Vasco.
Quando a partida foi paralisada, o dirigente vascaíno dizia que não aceitaria um terceiro jogo, pois seu time era o campeão -o empate por 0 a 0 lhe bastava.
Como se apoderou da taça e fez seus atletas darem a volta olímpica, como se de fato fossem campeões, ganhou ainda mais antipatia da opinião pública e de políticos. Com isso e o receio de perder o título, o São Caetano, baseado no regulamento da JH, começou a reivindicar, Eurico recuou e passou a lutar por um novo jogo.
Foi ele, também, quem defendeu, a partir de sugestão do representante do Bahia, Paulo Maracajá, que o Maracanã, que passa por uma reforma, tenha entrada liberada para os torcedores. Seria uma forma de melhorar sua imagem perante a opinião pública.
Mas a Suderj, administradora do estádio, vetou ontem mesmo a idéia da entrada franca (a menos que os bilhetes sejam trocados por algum donativo, como forma de ter o controle do público), deixando em aberto a questão.
Sobre o risco de haver nova invasão e problemas de falta de segurança no estádio -no dia 18 haverá também uma das noites do Rock in Rio-, o Clube dos 13 se diz tranquilo. ""A Federação do Rio vai organizar o jogo, e ela tem acordo com os órgãos de segurança pública do Estado", declarou Koff, sem saber precisar se haverá ingressos para o São Caetano.
Em relação ao horário da partida, negou que tenha havido influência da Rede Globo, que detém os direitos de TV e era contra a partida à noite. ""Achamos 16h o melhor horário. Era o mesmo da outra partida", lembrou. Ontem, a emissora comunicou que "provavelmente" irá transmitir o jogo.


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