RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

Conturbado por trocas de críticas entre os atletas e divergências deles com Nelsinho Baptista, o São Paulo enfrenta o Botafogo, hoje, às 16h, no Maracanã.
Além de precisar superar os seus problemas internos, o time paulista tentará provar, justamente contra o líder do Rio-SP, que conseguiu, enfim, organizar a sua defesa. O setor tem sido o mais criticado da equipe, após sofrer 11 gols em quatro jogos -média de 2,75 gols por partida.
Outro desafio é manter a calma durante o jogo. Os são-paulinos receberam cinco cartões vermelhos na competição. O descontrole emocional também ficou evidente com a dificuldade em evitar a reação dos adversários em seus quatro jogos, até nas vitórias contra o Guarani e o Fluminense.
Esse assunto irrita os atletas. "Não temos que falar nada sobre isso. O que a gente precisa é não deixar o adversário reagir", afirmou o lateral-direito Belletti. Ele e Kaká se reapresentaram ontem, após participarem do amistoso da seleção contra a Arábia Saudita, na quarta, e serão escalados hoje.
O treinador nega que os problemas emocionas tenham atrapalhado. "Precisamos corrigir as falhas de posicionamento da nossa defesa. Essas falhas provocam tudo, fazem os jogadores cometerem faltas e receberem cartões, além de permitirem os gols adversários", declarou o treinador.
Na tentativa de solucionar os defeitos da zaga, o treinador voltará a mudar o time. Ele ainda não repetiu duas vezes seguidas a mesma escalação no torneio.
Hoje, a alteração na defesa é a entrada de Wilson no lugar de Júlio Santos. "Fiz essa mudança porque precisava de um jogador mais forte para diminuir os espaços dados aos atacantes."
Ele afirmou não temer que Wilson, por ser um jogador mais alto e mais pesado do que o ex-titular, torne a defesa mais lenta. Wilson, que atuará com Emerson e Jean, tem 1,88 m e pesa 81 kg. Júlio Santos tem seis centímetros a menos e é nove quilos mais leve.
Apesar dos problemas enfrentados pela defesa, os meias e atacantes são-paulinos também enfrentam turbulência.
Na última terça-feira, a maioria discordou de Nelsinho, que afirmou haver excesso de vaidade no time. No dia seguinte, França reclamou de companheiros que estariam sendo "fominhas". Ele chegou a dizer que esperaria a volta de Kaká para conversar sobre esse assunto.
Ontem, o meia-atacante respondeu à critica. "Contra o Fluminense, aconteceram alguns lances que caracterizaram o problema citado pelo França. Nessas jogadas, eu, ele e outros jogadores deveríamos ter passado a bola em vez de chutar", disse Kaká. Ele afirmou que "uma conversa seria boa para todos caírem na real".
Outra polêmica vivida pela equipe nos últimos dias foi em relação à folga no Carnaval. Numa reunião, feita anteontem em busca da reconciliação, os jogadores pediram dois dias livres. Mas Nelsinho não abriu mão de sua programação inicial, com apenas uma folga, amanhã.
O time treina segunda e terça no CT. Na quarta, embarca para a Paraíba. Na quinta, enfrenta o Treze, em Campina Grande, em sua estréia na Copa do Brasil.


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