DOS ENVIADOS A DUISBURGO

Em apenas cinco minutos, Marcello Lippi gritou seis vezes para pedir "velocidade" ao time no último treino da Itália antes da final da Copa.
Foi uma amostra de como ele espera vencer a França e conquistar a taça que seu país não ergue desde 1982.
Enquanto o treinador berrava, os atletas trocavam no máximo quatro passes antes de chutar a gol. Cada um podia dar até dois toques na bola antes de acionar um colega, mas a preferência era tocar de primeira. As jogadas começavam sempre com os zagueiros. Ficou claro que a intenção de Lippi é surpreender os franceses nos contra-ataques rápidos.
"Não temos por que mudar nossa forma de jogar. Nem vamos alterar nossa defesa compacta. Tenho uma idéia de como será a final, de como preciso preparar o elenco. Claro que não vou dizer. Saberei depois se segui os preceitos corretos", disse Lippi.
O ensaio dos ataques rápidos ontem funcionou na maioria das vezes, mas faltou simular a marcação que a França deve criar. Os únicos obstáculos para os italianos eram cinco pares de varetas fincados na grama, cada um representando um adversário. Mesmo assim, alguns atletas da Azzurra tiveram dificuldade para superá-los.
Totti e Camoranesi, por exemplo, acertaram o alvo móvel em vez de endereçar a bola aos colegas. Na defesa, outros lances bizarros aconteceram, como a tentativa de Materazzi de "estourar" uma bola. O chute saiu totalmente torto e atingiu as nádegas de um companheiro.
Lippi assistia a tudo tranqüilo e só se revoltou com os seguidos erros de passes de Del Piero. O comandante chamou a atenção do atacante, autor de um dos gols na semifinal, que não gostou e saiu de cabeça baixa.
Cobranças de pênalti foram pouco treinadas por Lippi antes do encontro com a França. Somente Totti, Camoranesi e Del Piero executaram mais de uma cobrança cada um.0 (GR E RP)


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