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PAN E CIRCO
O ouro e o vento
JOSÉ ROBERTO TORERO
COLUNISTA DA FOLHA
Entre os dez primeiros
colocados no quadro de
medalhas, o país que possui
menor porcentagem de ouro é o Brasil.
Então vos pergunto, prateado leitor e bronzeada leitora: Por que os brasileiros
raramente sobem no degrau mais alto do pódio?
E eu vos respondo: porque
não possuímos centros de
excelência?
Isso acontece porque não
temos uma política esportiva. No Brasil, os grandes
atletas são apoiados por diferentes entidades: clubes,
empresas e prefeituras. E
não se sabe exatamente o
que cada um deles deve ou
pode realmente fazer.
Fica tudo no improviso.
Em Cuba, há vários centros de excelência estatais.
Nos Estados Unidos, as universidades cumprem este
papel.
Mas aqui, tirando-se raríssimas exceções, não há
lugares específicos para que
os melhores treinem juntos,
se aprimorem e cheguem ao
nível máximo.
Ficamos, assim, à mercê
da natureza, ao sabor dos
ventos. E, ao sabor dos ventos, só mesmo o Robert
Scheidt.
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