São Paulo, quarta-feira, 09 de outubro de 2002

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TÊNIS

Renovação a caminho

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

Não foram só as urnas que sinalizaram, nestes últimos dias, o enterro de alguns mitos, o retorno de algumas figuras há tempo desaparecidas e o surgimento de novos nomes no cenário. Alguns sinais vindo das quadras, no circuito profissional, indicam também uma renovação que vem por aí, nestes próximos meses, no tênis mundial.
Ex-número um do ranking mundial, Ievguêni Kafelnikov, 28, vai deixar para trás as quadras ao fim deste ano.
No sábado, o russo perdeu nas semifinais em Moscou. Ele havia conquistado os últimos cinco títulos consecutivos na capital de seu país, mas caiu diante do holandês Sjeng Schalken. Nos segundos seguintes ao match point, um silêncio sepulcral tomou conta do estádio Olímpico de Moscou.
Kafelnikov, os jornalistas que estiveram por lá e o público perceberam que se tratava da despedida do tenista diante de seus maiores torcedores.
O russo já havia revelado que estava no fim de carreira logo depois da vitória sobre os suecos na Copa Davis. "Vocês acham que eu estou brincando, mas eu não estou", falou à época.
Depois da derrota em Moscou, em conversa reservada com alguns jornalistas, reafirmou sua intenção de deixar o tênis.
"Não quero ser 20º ou 30º do mundo", disse o tenista, que, há oito anos, termina a temporada pelo menos entre os 11 melhores do ranking.
Se Kafelnikov prepara sua retirada, Magnus Norman, ex-segundo do mundo, hoje apenas número 123, marca sua volta. Depois de passar pelo qualifying, o sueco chegou à final em Tóquio, antes de perder para o dinamarquês Kenneth Carlsen.
Quase um ano depois de passar por uma delicadíssima cirurgia no quadril, rompendo meses de fracasso atrás de fracasso, com não mais de duas vitórias seguidas, Norman, 26, bateu Juan Carlos Ferrero e não perdeu nenhum set no caminho até a decisão. Fisicamente, mostrou resistência; em quadra, talento; na cabeça, motivação e confiança.
"Quando eu estava bem, queria ganhar todos os torneios, queria ser feliz o tempo todo, queria encontrar logo a mulher da minha vida. Nesse período em que estive por baixo, só queria estar bem fisicamente. Mudei minha atitude, mudei minha maneira de encarar o circuito, a carreira", soltou-se Norman depois da campanha na capital japonesa.
E quem apareceu como surpresa no fim de semana foi o francês Paul-Henri Mathieu.
Criado nas quadras da Flórida, nos Estados Unidos, vinha mostrando bom desempenho em todos os pisos nesta temporada. No domingo, ganhou seu primeiro título, em Moscou, aliás.
Mathieu, meros 20 anos de idade, foi às oitavas-de-final no saibro de Roland Garros (só brecado por Andre Agassi em cinco sets) e alcançou as quartas no sintético de Long Island (batendo Pete Sampras e só caindo diante de Alex Corretja) antes de levar o troféu em Moscou (depois de deixar Marat Safin nas semifinais).
"Eu não esperava tal nível de jogo dele [Mathieu]. Jogou assumindo todos os riscos. Foi impressionante", relatou Safin.
Mathieu: "Eu sou um novato no circuito e poucos sabem como eu jogo. Acho que posso melhorar. Daqui a algum tempo, em breve, eu já poderei saber o quanto sei jogar". Nós também.

Para todas as idades
O Circuito Juvenil Banco do Brasil tem sua última etapa nesta semana, em Porto Alegre, nas categorias 12, 14 e 16 anos. São 188 tenistas de 12 Estados buscando as últimas vagas no Masters, em SP.

Pau para toda obra
Flávio Saretta, ainda em recuperação após cirurgia no apêndice, diz que volta aos treinos na próxima segunda-feira, em São Paulo.

Só para o ano que vem
Greg Rusedski se submeteu a uma operação no pé e só vai voltar a jogar em 2003. Sofrendo com problemas no calcanhar desde o Aberto dos EUA, Rusedski foi operado segunda, em Londres.

Para todos os gostos
São Paulo hospeda uma feira dedicada ao tênis. A Tennis Expo, de sexta a domingo, é o primeiro encontro do gênero na capital.

E-mail reandaku@uol.com.br



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