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TÊNIS
Renovação a caminho
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
Não foram só as urnas que
sinalizaram, nestes últimos
dias, o enterro de alguns mitos, o
retorno de algumas figuras há
tempo desaparecidas e o surgimento de novos nomes no cenário. Alguns sinais vindo das quadras, no circuito profissional, indicam também uma renovação
que vem por aí, nestes próximos
meses, no tênis mundial.
Ex-número um do ranking
mundial, Ievguêni Kafelnikov, 28,
vai deixar para trás as quadras
ao fim deste ano.
No sábado, o russo perdeu nas
semifinais em Moscou. Ele havia
conquistado os últimos cinco títulos consecutivos na capital de seu
país, mas caiu diante do holandês
Sjeng Schalken. Nos segundos seguintes ao match point, um silêncio sepulcral tomou conta do estádio Olímpico de Moscou.
Kafelnikov, os jornalistas que
estiveram por lá e o público perceberam que se tratava da despedida do tenista diante de seus maiores torcedores.
O russo já havia revelado que
estava no fim de carreira logo depois da vitória sobre os suecos na
Copa Davis. "Vocês acham que eu
estou brincando, mas eu não estou", falou à época.
Depois da derrota em Moscou,
em conversa reservada com alguns jornalistas, reafirmou sua
intenção de deixar o tênis.
"Não quero ser 20º ou 30º do
mundo", disse o tenista, que, há
oito anos, termina a temporada
pelo menos entre os 11 melhores
do ranking.
Se Kafelnikov prepara sua retirada, Magnus Norman, ex-segundo do mundo, hoje apenas
número 123, marca sua volta. Depois de passar pelo qualifying, o
sueco chegou à final em Tóquio,
antes de perder para o dinamarquês Kenneth Carlsen.
Quase um ano depois de passar
por uma delicadíssima cirurgia
no quadril, rompendo meses de
fracasso atrás de fracasso, com
não mais de duas vitórias seguidas, Norman, 26, bateu Juan Carlos Ferrero e não perdeu nenhum
set no caminho até a decisão. Fisicamente, mostrou resistência; em
quadra, talento; na cabeça, motivação e confiança.
"Quando eu estava bem, queria
ganhar todos os torneios, queria
ser feliz o tempo todo, queria encontrar logo a mulher da minha
vida. Nesse período em que estive
por baixo, só queria estar bem fisicamente. Mudei minha atitude,
mudei minha maneira de encarar o circuito, a carreira", soltou-se Norman depois da campanha
na capital japonesa.
E quem apareceu como surpresa no fim de semana foi o francês
Paul-Henri Mathieu.
Criado nas quadras da Flórida,
nos Estados Unidos, vinha mostrando bom desempenho em todos os pisos nesta temporada. No
domingo, ganhou seu primeiro título, em Moscou, aliás.
Mathieu, meros 20 anos de idade, foi às oitavas-de-final no saibro de Roland Garros (só brecado
por Andre Agassi em cinco sets) e
alcançou as quartas no sintético
de Long Island (batendo Pete
Sampras e só caindo diante de
Alex Corretja) antes de levar o
troféu em Moscou (depois de deixar Marat Safin nas semifinais).
"Eu não esperava tal nível de jogo dele [Mathieu]. Jogou assumindo todos os riscos. Foi impressionante", relatou Safin.
Mathieu: "Eu sou um novato no
circuito e poucos sabem como eu
jogo. Acho que posso melhorar.
Daqui a algum tempo, em breve,
eu já poderei saber o quanto sei
jogar". Nós também.
Para todas as idades
O Circuito Juvenil Banco do Brasil tem sua última etapa nesta semana, em Porto Alegre, nas categorias 12, 14 e 16 anos. São 188 tenistas de 12 Estados buscando as últimas vagas no Masters, em SP.
Pau para toda obra
Flávio Saretta, ainda em recuperação após cirurgia no apêndice,
diz que volta aos treinos na próxima segunda-feira, em São Paulo.
Só para o ano que vem
Greg Rusedski se submeteu a uma operação no pé e só vai voltar a
jogar em 2003. Sofrendo com problemas no calcanhar desde o
Aberto dos EUA, Rusedski foi operado segunda, em Londres.
Para todos os gostos
São Paulo hospeda uma feira dedicada ao tênis. A Tennis Expo, de
sexta a domingo, é o primeiro encontro do gênero na capital.
E-mail reandaku@uol.com.br
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