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FUTEBOL
Técnico receberia pelo menos US$ 800 mil por ano para dirigir equipe nos Jogos de Atenas e na Copa da Alemanha
Scolari define hoje se diz sim ao México
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois da seleção brasileira, a
mexicana. Luiz Felipe Scolari, 53,
confirmou ontem as negociações
para trocar de ares pelos próximos quatro anos.
Comandaria todo o departamento de seleções da Federação
Mexicana de Futebol e dirigiria o
time olímpico nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004 (caso o time se classifique), além da equipe
principal nas eliminatórias para a
Copa da Alemanha, em 2006.
Segundo a assessoria do brasileiro, que viajou anteontem à noite para o México, ele considerou a
proposta "muito interessante".
"Ele teve uma reunião de três
horas e meia com os mexicanos e
saiu muito animado", disse Acaz
Felleger, assessor de Scolari.
"Amanhã [hoje], eles voltam a se
reunir, porque até agora não foram discutidos valores. De qualquer jeito, ele já avisou que não
abre mão de indicar pelo menos
três profissionais: o auxiliar técnico, o preparador físico e o preparador de goleiros", completou.
À tarde, antes de Scolari confirmar as negociações, os mexicanos
já diziam que o brasileiro era o
grande favorito para comandá-los nos próximos quatro anos.
Alberto de la Torre, que dirige a
federação, afirmou, por intermédio de sua assessoria, que "Luiz
Felipe Scolari é o nome preferido
da população, segundo pesquisas
de opinião [encomendadas], para
dirigir o México". "Ele foi o terceiro a conversar conosco e o que
mais agradou. Teremos mais um
encontro e até a noite [de hoje]
devemos acertar os principais
pontos do contrato."
Mas a assinatura do acordo não
seria hoje. De acordo com os mexicanos, aconteceria nos próximos dias, em grande evento que
seria preparado pela entidade.
Antes de conversar com Scolari,
a federação manteve contatos
com os argentinos Ricardo Lavolpe, atualmente técnico do mexicano Toluca, e Carlos Bianchi.
Os nomes dos dois, no entanto,
diferentemente do que acontece
com o de Scolari, não foram bem
recebidos pela mídia mexicana.
Hugo Sánchez, um dos principais ídolos da história do futebol
do país, chegou a ser cogitado,
mas ele próprio se descartou.
Apesar de Acaz Felleger dizer
que não foram discutidos valores,
no México cogita-se que o novo
treinador receberá pelo menos
US$ 800 mil por ano. Incluindo
prêmios por conquistas, poderia
dobrar seus vencimentos.
Na seleção brasileira, Scolari recebia R$ 370 mil mensais -hoje
cerca de US$ 100 mil por mês.
Foi o maior salário já pago pela
CBF para um técnico da seleção
na história das Copas. Emerson
Leão, o antecessor de Scolari, ganhava menos do que a metade.
Javier Aguirre, que dirigiu o
México na Copa Coréia/Japão, recebia o equivalente a US$ 400 mil
por ano, metade do que o fixo que
está sendo oferecido ao brasileiro.
No primeiro Mundial asiático, o
técnico mais bem pago foi Sven
Goran Eriksson, sueco que dirigiu
a seleção da Inglaterra. Ele recebe
cerca de US$ 375 mil por mês.
Se realmente assinar com a seleção mexicana, Scolari poderá começar a trabalhar apenas em janeiro, após as festas de final de
ano, que ele pretende passar no
Rio Grande do Sul.
Apesar do desejo de Ricardo
Teixeira de vê-lo mais uma vez no
banco de reservas do Brasil no
amistoso contra a Coréia, em novembro, o técnico anunciou que
não faz parte de seus planos dirigir a seleção nessa partida.
Depois do penta, Scolari comandou o Brasil na derrota para o
Paraguai, em amistoso no Ceará.
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