São Paulo, quarta-feira, 09 de outubro de 2002

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FUTEBOL

Técnico receberia pelo menos US$ 800 mil por ano para dirigir equipe nos Jogos de Atenas e na Copa da Alemanha

Scolari define hoje se diz sim ao México

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois da seleção brasileira, a mexicana. Luiz Felipe Scolari, 53, confirmou ontem as negociações para trocar de ares pelos próximos quatro anos.
Comandaria todo o departamento de seleções da Federação Mexicana de Futebol e dirigiria o time olímpico nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004 (caso o time se classifique), além da equipe principal nas eliminatórias para a Copa da Alemanha, em 2006.
Segundo a assessoria do brasileiro, que viajou anteontem à noite para o México, ele considerou a proposta "muito interessante".
"Ele teve uma reunião de três horas e meia com os mexicanos e saiu muito animado", disse Acaz Felleger, assessor de Scolari. "Amanhã [hoje], eles voltam a se reunir, porque até agora não foram discutidos valores. De qualquer jeito, ele já avisou que não abre mão de indicar pelo menos três profissionais: o auxiliar técnico, o preparador físico e o preparador de goleiros", completou.
À tarde, antes de Scolari confirmar as negociações, os mexicanos já diziam que o brasileiro era o grande favorito para comandá-los nos próximos quatro anos.
Alberto de la Torre, que dirige a federação, afirmou, por intermédio de sua assessoria, que "Luiz Felipe Scolari é o nome preferido da população, segundo pesquisas de opinião [encomendadas], para dirigir o México". "Ele foi o terceiro a conversar conosco e o que mais agradou. Teremos mais um encontro e até a noite [de hoje] devemos acertar os principais pontos do contrato."
Mas a assinatura do acordo não seria hoje. De acordo com os mexicanos, aconteceria nos próximos dias, em grande evento que seria preparado pela entidade.
Antes de conversar com Scolari, a federação manteve contatos com os argentinos Ricardo Lavolpe, atualmente técnico do mexicano Toluca, e Carlos Bianchi.
Os nomes dos dois, no entanto, diferentemente do que acontece com o de Scolari, não foram bem recebidos pela mídia mexicana.
Hugo Sánchez, um dos principais ídolos da história do futebol do país, chegou a ser cogitado, mas ele próprio se descartou.
Apesar de Acaz Felleger dizer que não foram discutidos valores, no México cogita-se que o novo treinador receberá pelo menos US$ 800 mil por ano. Incluindo prêmios por conquistas, poderia dobrar seus vencimentos.
Na seleção brasileira, Scolari recebia R$ 370 mil mensais -hoje cerca de US$ 100 mil por mês.
Foi o maior salário já pago pela CBF para um técnico da seleção na história das Copas. Emerson Leão, o antecessor de Scolari, ganhava menos do que a metade.
Javier Aguirre, que dirigiu o México na Copa Coréia/Japão, recebia o equivalente a US$ 400 mil por ano, metade do que o fixo que está sendo oferecido ao brasileiro.
No primeiro Mundial asiático, o técnico mais bem pago foi Sven Goran Eriksson, sueco que dirigiu a seleção da Inglaterra. Ele recebe cerca de US$ 375 mil por mês.
Se realmente assinar com a seleção mexicana, Scolari poderá começar a trabalhar apenas em janeiro, após as festas de final de ano, que ele pretende passar no Rio Grande do Sul.
Apesar do desejo de Ricardo Teixeira de vê-lo mais uma vez no banco de reservas do Brasil no amistoso contra a Coréia, em novembro, o técnico anunciou que não faz parte de seus planos dirigir a seleção nessa partida.
Depois do penta, Scolari comandou o Brasil na derrota para o Paraguai, em amistoso no Ceará.


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