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São Paulo, quinta-feira, 09 de outubro de 2003

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FUTEBOL

Time mantém fama de freguês do São Caetano no Nacional na estréia do técnico, que sente falta da "raça corintiana"

Nem aula de Júnior muda o Corinthians

Jorge Araújo/Folha Imagem
O técnico Júnior, que fez sua estréia ontem no comando do Corinthians, observa a derrota para o São Caetano, que deixou o time mais longe da Libertadores-2004


JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

As aulas práticas que o técnico Júnior deu aos seus jogadores não foram suficientes para corrigir os erros do Corinthians, que transformaram a estréia do treinador no clube num pesadelo.
No Pacaembu, o time do Parque São Jorge perdeu por 3 a 0 do São Caetano e justificou o estigma de freguês do adversário.
Os corintianos nunca venceram o rival em jogos pelo Brasileiro -a equipe do ABC ganhou os quatro confrontos, sem levar gol.
Com a vitória de ontem, a equipe de Tite manteve as suas chances de conquistar uma vaga na próxima Libertadores da América, enquanto o Corinthians viu esse sonho praticamente acabar.
Júnior, que havia acompanhado o triunfo sobre o Vitória de uma cabine do Barradão, amargou ainda o fato de seu time levar três gols do ataque que era o pior do campeonato, ao lado do gremista, antes de a rodada começar.
O São Caetano desconcertou o rival com jogadas de efeito.
"Fiquei decepcionado porque esperava um rendimento melhor. Também não pode faltar a raça corintiana, e vamos conversar sobre isso", disse o treinador.
Desde o começo do jogo, o time da casa falhou nos passes, o fundamento que Júnior mais insistiu em corrigir. Os erros e a marcação rival fizeram a equipe sofrer para passar da metade do campo. Júnior demorou 13 minutos para ver um de seus comandados com a bola no campo de ataque.
Nos dois treinamentos que já comandou, o estreante deu passes, fez lançamentos e cobrou uma falta para ensinar os seus atletas, mas pouco adiantou.
No primeiro tempo, o time acertou 79,1% das trocas de bola. Ou seja, depois das aulas de Júnior a eficiência nesse fundamento, que era de 82,9%, em média, de acordo com o Datafolha, caiu.
Em menos de dez minutos, o Corinthians de Júnior sofreu o seu primeiro gol. E foi do jeito que o técnico temia: após uma cobrança de falta de Adhemar.
O atacante cobrou, enquanto Júnior fazia sinais para sua defesa, e a bola desviou em Warley antes de entrar no gol, aos 9min.
A conversa com Júnior no vestiário pouco mudou a maneira de atuar dos corintianos na segunda etapa. Logo aos 9min, Marcinho aproveitou falha de Anderson e serviu Capixaba, que tocou na saída de Rubinho e fez 2 a 0.
A facilidade com que o São Caetano jogava, sem ter sua defesa ameaçada, fez Júnior queimar a língua. Ele havia dito que preservaria os jovens e não os colocaria para jogar em situações difíceis. Porém, aos 20min, ele tirou Jamelli, que jogava mal, e pôs Bobô.
Nada mudou. Aos 29min, após jogada de Serginho, Adhemar recebeu na área e fez o terceiro.
Com o fracasso, o novo treinador saiu do Pacaembu projetando 2004. "A torcida tem que ter paciência até o final do ano que vem, e é com isso em mente que vou trabalhar no clube", declarou Júnior, que assinou contrato até dezembro do próximo ano.


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