São Paulo, sábado, 09 de dezembro de 2000

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FUTEBOL

Marco Aurélio quer time tranquilo para enfrentar outro jogo decisivo

Palmeiras busca controle para desmentir decadência

DA REPORTAGEM LOCAL

Para o Palmeiras, que decide uma vaga nas semifinais da Copa JH, hoje, às 16h, contra o São Caetano, no Parque Antarctica, três atributos do espírito são essenciais. Antes de tudo, o time deve ter calma, paciência e confiança.
Desse modo, o técnico Marco Aurélio espera brecar a queda de rendimento nas últimas partidas do time e desmentir uma súbita decadência, justificada pelo excesso de jogos decisivos.
Após uma sequência de 12 sucessos em partidas nas quais não podia perder, o Palmeiras caiu no primeiro jogo com o São Caetano por 4 a 3 no último domingo e começou em desvantagem na final da Copa Mercosul ao levar 2 a 0 do Vasco, na quarta-feira, no Rio.
A calma, segundo Marco Aurélio, servirá para não dar ao adversário a chance de aproveitar um eventual desespero do Palmeiras para fazer os gols de que necessita.
"Não podemos dar esse trunfo a eles. Pode-se fazer gols a qualquer momento. O jogo pode ser ganho no final. Vamos com calma."
Porém, para o técnico, só a calma não basta, ela tem de vir acompanhada de paciência. Marco Aurélio declarou que o Palmeiras não mudará a maneira de jogar -defensiva e com forte marcação- para se lançar ao ataque.
"Nem sempre aquele que ataca muito é o que faz mais gols. Tem de preencher melhor os espaços e aproveitar as oportunidades."
Ele usa a mesma justificativa para escalar mais um atacante e sacar um volante. Juliano ou Adriano, seja qual for o substituto de Flávio, será o homem para "aproveitar as oportunidades".
Resta ainda a confiança. Enquanto o técnico do São Caetano, Jair Picerni, aposta em um abatimento psicológico do rival, Marco Aurélio diz que o Palmeiras não precisa mais se auto-afirmar.
"Pelo que fizemos até aqui, estamos confiantes. Cansamos de provar que não somos limitados. Temos total condição de reagir."
O volante e agora zagueiro Galeano diz que a equipe tem atuado bem. "Não há motivo para crise."
O time nega, porém, que a nova postura possa ser traduzida em apatia. "Junto com isso tem a motivação. O pessoal está entusiasmado pela oportunidade de disputar finais de torneios importantes", responde Marco Aurélio.
O fato de o jogo ser no Parque Antarctica -o estádio do São Caetano está em reformas- é outro circunstância vista como vantagem pelos palmeirenses.
Mesmo com 12 mil dos 29 mil ingressos colocados à venda enviados para a cidade de São Caetano, os jogadores do Palmeiras não acreditam em um expressivo público contrário hoje.
"A torcida deles ainda está em formação pelo time só existir há 11 anos. Tem muita gente da cidade que apóia, mas torce para um time grande. Não acredito que esses venham até aqui", disse o volante Magrão, que atuou até junho deste ano pelo time do ABC.
(FÁBIO VICTOR E LUÍS SOUZA)
NA TV - Globo, às 16h, só para a cidade de São Paulo


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