São Paulo, domingo, 10 de janeiro de 1999

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Conterrâneo aprova nudez em revista gay

do enviado a Nazaré (BA)

"Vampeta, você é 10. Cerâmica Naísa", "Zé da Carioca feliz abraça o campeão brasileiro Vampeta", "Luxemburgo o técnico de visão escalou Vampeta para ser campeão. Homenagem A.D. Nazaré", "Supermercado Estrela parabeniza o melhor atleta do Brasil o nosso Vampeta".
As faixas denunciam.
Espalhadas pelos quatro cantos da cidade e assim mesmo como se lê acima, desprovidas de pontuação, não deixam dúvida de que Vampeta é hoje a maior celebridade de Nazaré. Um centro poliesportivo inaugurado recentemente pela prefeitura foi até batizado de Marcos André Batista Santos, nome de registro do jogador.
O prestígio de Vampeta produziu um fenômeno que seria inimaginável para um cidade de 25 mil habitantes no interior do Brasil: a população, de adolescentes a septuagenários, aprova em massa a iniciativa de Vampeta de ter posado nu para uma revista gay, que foi às bancas neste fim-de-semana.
"Apesar de ele ter me dado um bolo, não o critico. Acho certo. O que é que tem ele posar nu? Eu posaria", disse o comerciante Rafael Barbosa, 56, se queixando de que Vampeta não lhe deu uma ajuda para montar uma barraquinha de sorvete.
Para a agente da Polícia Federal Rosângela Gomes, 38, "Vampeta foi muito ele, não se importou com a opinião dos outros".
"Ele é uma pessoa muito voltada para a família e para as origens", elogiou a policial.
"Cada um tem o livre arbítrio de fazer o que quiser. O mundo está mudado. Nessa rua aí mesmo, onde funciona o baixo meretrício, antigamente ninguém nem passava. Hoje é diferente", disse o operador de raios X desempregado José Branco, 38. (FV)


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