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Saiba mais
sobre o país
da Reportagem Local
O Haiti é o país mais pobre das Américas e tem a
história marcada por uma
sucessão de revoluções, golpes e guerras civis.
O país, que divide a ilha
Hispaniola com a República Dominicana, na América
Central, teve relativa estabilidade quando o médico
François Duvalier foi eleito
presidente, em 1957.
François Duvalier, que ficou conhecido como "Papa
Doc", tornou-se, no entanto, um dos mais cruéis ditadores da história.
Ele ficou no poder até
1971, quando foi sucedido
pelo filho Jean-Claude, o
"Baby Doc", que se proclamou presidente vitalício.
O sucessor do "Papa Doc"
foi deposto em 86, refugiou-se na Riviera francesa (sul
do país), e o Haiti voltou à
rotina de golpes.
Pai e filho eram amparados pela milícia "Tonton
Macoute", esquadrão do
terror que operou durante
os 29 anos do regime.
Em 1990, Jean Bertrand
Aristide foi eleito presidente. Em um golpe liderado
pelo general Raoul Cedras,
em setembro de 91, Aristide
foi deposto e exilou-se em
Washington (EUA).
Cedras, que ajudara a garantir a lisura na eleição de
Aristide e sete meses depois
comandou o golpe que o
derrubou, sob o argumento
de que ele ameaçava a democracia no país, tentou
dar aparência de legalidade
a seu regime instalando
presidentes provisórios.
O pai de Raoul Cedras fora integrante do
grupo de assessores do
"Papa Doc".
Em 94, o mandato de
Aristide foi restaurado
por intervenção norte-americana. Cedras fugiu do país e foi viver
na Cidade do Panamá.
Em fevereiro de 96,
René Preval, que fora
premiê de Aristide, é
eleito presidente do
Haiti. Foi a primeira
vez na história haitiana
que um chefe de Estado
eleito transmitiu o poder a outro.
Saudade
Apesar de terem
consciência da arbitrariedade do período de
ditadura, muitos haitianos sentem hoje saudade da época em que a
família Duvalier governou o país.
"Há quem fale que
preferia a ditadura.
Hoje, por exemplo, não
temos eletricidade todo o tempo", afirma a
jornalista Ghislene Meance,
25, da rádio Galaxie, de Porto Príncipe, capital do país.
Em relação aos mortos no
período, a jornalista afirma
que o assunto é pouco comentado.
"Fala-se pouco dos culpados, até porque eles já deixaram o país."
(LCP e FeP)
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