São Paulo, quinta-feira, 10 de fevereiro de 2000


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FUTEBOL
Conselheiro afirma que diretoria do clube só entregou cópia das contas de 1999 no dia da reunião
Palmeiras aprovou "a jato" balanço

MARCELO DAMATO
da Reportagem Local

O médico infectologista Vicente Amato Neto, 70, afirma que os conselheiros do Palmeiras não tiveram tempo de analisar o balanço de 1999. Pelo estatuto do clube, o órgão deve aprovar as contas a cada ano.
""O balanço só foi entregue na hora da reunião do Conselho Deliberativo. Quem ia chegando recebia uma cópia quando assinava a ata", afirmou Amato Neto, professor da pós-graduação da Faculdade de Medicina da USP.
Amato afirmou que chegou a reclamar desse tipo de procedimento. ""O presidente Mustafá Contursi disse que não havia divulgado o balanço antes porque ele era uma coisa íntima do clube", afirmou.
A Folha procurou Contursi por telefone no Palmeiras, mas, a exemplo do que aconteceu anteontem, ele não respondeu aos recados deixados no clube.
Amato admitiu ter votado pela aprovação do balanço. ""Eu não entendo nada disso. E o fato também que o Conselho do Palmeiras virou um coro de dizer amém."
Ele afirmou que, se tivesse recebido o balanço antes, teria procurado alguém que lhe explicasse os números.
Amato criticou a Parmalat por estar ""fazendo economia", enquanto permanece no Palmeiras. ""A Parmalat ajudou muito o Palmeiras nesse tempo todo, mas, se ela quer ficar, não pode ficar nesse regime de economia."
A Folha procurou o diretor financeiro da Parmalat, Carlos Monteiro, mas foi informada por sua secretária que ele não esteve na empresa durante toda a tarde.
Segundo Amato, o procedimento de apresentar o balanço aos conselheiros não é inédito, mas é relativamente recente na história do clube. ""No passado, não me lembro bem quando, eles entregavam o balanço aos conselheiros com antecedência para que eles analisassem."
Amato criticou a postura de Contursi no desmanche do time: ""Acho inaceitável que o presidente viva escondido. Não dá explicações aos sócios sobre a situação do clube. O que se ouve falar do Palmeiras vem do Paulo Angioni (diretor da Parmalat) e do Sebastião Lapolla (diretor de futebol), que são funcionários. Nós precisamos ter um líder."


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