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FUTEBOL
Conselheiro afirma que diretoria do clube só entregou cópia das contas de 1999 no dia da reunião
Palmeiras aprovou "a jato" balanço
MARCELO DAMATO
da Reportagem Local
O médico infectologista Vicente
Amato Neto, 70, afirma que os
conselheiros do Palmeiras não tiveram tempo de analisar o balanço de 1999. Pelo estatuto do clube,
o órgão deve aprovar as contas a
cada ano.
""O balanço só foi entregue na
hora da reunião do Conselho Deliberativo. Quem ia chegando recebia uma cópia quando assinava
a ata", afirmou Amato Neto, professor da pós-graduação da Faculdade de Medicina da USP.
Amato afirmou que chegou a
reclamar desse tipo de procedimento. ""O presidente Mustafá
Contursi disse que não havia divulgado o balanço antes porque
ele era uma coisa íntima do clube", afirmou.
A Folha procurou Contursi por
telefone no Palmeiras, mas, a
exemplo do que aconteceu anteontem, ele não respondeu aos
recados deixados no clube.
Amato admitiu ter votado pela
aprovação do balanço. ""Eu não
entendo nada disso. E o fato também que o Conselho do Palmeiras
virou um coro de dizer amém."
Ele afirmou que, se tivesse recebido o balanço antes, teria procurado alguém que lhe explicasse os
números.
Amato criticou a Parmalat por
estar ""fazendo economia", enquanto permanece no Palmeiras.
""A Parmalat ajudou muito o Palmeiras nesse tempo todo, mas, se
ela quer ficar, não pode ficar nesse
regime de economia."
A Folha procurou o diretor financeiro da Parmalat, Carlos
Monteiro, mas foi informada por
sua secretária que ele não esteve
na empresa durante toda a tarde.
Segundo Amato, o procedimento de apresentar o balanço aos
conselheiros não é inédito, mas é
relativamente recente na história
do clube. ""No passado, não me
lembro bem quando, eles entregavam o balanço aos conselheiros
com antecedência para que eles
analisassem."
Amato criticou a postura de
Contursi no desmanche do time:
""Acho inaceitável que o presidente viva escondido. Não dá explicações aos sócios sobre a situação
do clube. O que se ouve falar do
Palmeiras vem do Paulo Angioni
(diretor da Parmalat) e do Sebastião Lapolla (diretor de futebol),
que são funcionários. Nós precisamos ter um líder."
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