São Paulo, terça, 10 de fevereiro de 1998

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BASQUETE NO MUNDO
A primeira vez...

MELCHIADES FILHO

No domingo do All-Star Game, o ""New York Times" publicou curiosa reportagem sobre Michael Jordan, 34.
Pediu a astros da NBA que narrassem seu primeiro contato com o supercraque, que anteontem se despediu da principal festa do basquete.
Os testemunhos revelam um Jordan linguarudo, espirituoso, autoconfiante, às vezes arrogante. Mostram, sobretudo, como é competitivo.
Achei que valia a pena reproduzir alguns deles aqui.
O superpivô David Robinson, do San Antonio, por exemplo, contou que praticamente foi peitado por Jordan: "Antes do jogo, me aproximei: "Como está, senhor? É um prazer conhecê-lo'. Ele nem me disse "olá'. Olhou para mim e falou: "Vou enterrar bem na sua cara, compridão. Já enterrei em cima de outros compridões, e você é o próximo'. Ele cumpriu a palavra na primeira posse de bola".
Outro gigante, Dikembe Mutombo, hoje no Atlanta, conheceu Jordan quando ainda atuava pelo Denver: "Eu estava tímido, porque o jogo era televisionado para todo o país (EUA). Não tinha nem me atrevido a falar com ele quando Jordan, que se preparava para atirar um par de lances livres, me chamou: "Ei, Dik, isso é para você'. Ele acertou ambos os arremessos de olhos fechados".
Já com Anfernee Hardaway, armador do Orlando, o astro do Chicago foi sutil: "Sorrindo, aproximou-se e cochichou: "Tudo bem? Estou me sentindo ótimo hoje, acho que vou meter uns 50 pontos'. Ele acabou a partida com 64. Eu era o seu marcador".
Shawn Kemp, ala-pivô do Cleveland, por sua vez, se deu mal ao rebater a provocação: "Tentei me impor de cara. Falei que nunca conseguiria enterrar em cima de mim. Ele deixou passar três confrontos para me embaraçar num jogo em Chicago, exatamente a primeira vez em que levei minha família para me ver".

NOTAS

Estrela 1
Com 23 pontos, 6 rebotes e 8 assistências, Jordan liderou a seleção do Leste à vitória (135 a 114) sobre a rival. Ergueu seu terceiro troféu de MVP (melhor jogador) do evento.
Estrela 2
O cestinha do Chicago também levou a melhor diante daquele que é considerado seu sucessor. Kobe Bryant, 15 anos mais jovem, terminou com 18 pontos, 6 rebotes e 1 assistência. Mas Jordan se impressionou. "Ele me atacou, mostrou personalidade."

Estrela 3
Até o treinador do Oeste ajudou a garantir a festa de adeus de Jordan. George Karl deixou Bryant na reserva os 18 minutos finais, o que acabou alijando o teen da briga pelo prêmio de MVP. O técnico tem uma ligação afetiva com Jordan -formou-se na mesma universidade, North Carolina.

E-mail: melk@uol.com.br



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