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F-1
Piloto tenta ficar perto de Schumacher no grid de largada da Austrália para não perder força na Ferrari
Barrichello tem sua 1ª prova de fogo
FÁBIO SEIXAS
enviado especial a Melbourne
Passadas as negociações, a festa
pela contratação, os testes pré-temporada e o treino livre em
Melbourne, Rubens Barrichello
enfrenta hoje, enfim, a sua primeira prova de fogo pela Ferrari.
A partir das 23h (de Brasília), o
brasileiro participa da sessão oficial para o GP da Austrália, seu
primeiro treino classificatório
com um carro da escuderia mais
tradicional da F-1.
Ontem à noite, ele fez sua estréia
pela equipe, nos primeiros treinos
livres da temporada.
A corrida, etapa de abertura do
Mundial, acontece na madrugada
de domingo, a partir da 0h.
Mais do que obter um bom tempo, Barrichello tem hoje outra
preocupação: conseguir ficar próximo do seu companheiro, o alemão Michael Schumacher, no
grid de largada.
A posição do brasileiro, ao menos neste início de ano, é bem delicada. Hoje à noite, na pista de
Melbourne, começa a ser traçado
o seu destino na Ferrari.
Caso o alemão dê uma "lavada",
classificando-se muito à frente de
Barrichello, ganhará ainda mais
força na equipe, justamente em
um momento em que todas as expectativas estão voltadas para o
piloto brasileiro.
Já a situação contrária não abalaria em nada o prestígio de Schumacher na Ferrari.
Bicampeão do mundo, começando sua quinta temporada pelo
time, o alemão tem crédito de sobra para classificar-se na última
posição do grid e, mesmo assim,
manter todas as suas regalias.
Um exemplo claro da situação
complicada do brasileiro aconteceu na mesma pista de Melbourne, na temporada de 1996, quando Schumacher e Eddie Irvine estreavam pela Ferrari.
Surpreendendo, o irlandês bateu Schumacher no treino oficial,
mas a façanha foi inútil.
O alemão continuou com seus
privilégios e, pelo resto do Mundial daquele ano, bateu Irvine em
todos os treinos.
Schumacher foi, em média,
0s879 mais rápido, uma diferença
bastante grande quando se fala de
F-1. Em outro tipo de comparação, Schumacher largou 5,25 posições no grid à frente de seu antigo companheiro.
Assim, o bicampeão aumentou
ainda mais sua influência na equipe e, pelos três anos seguintes, relegou Irvine a um segundo plano
na hierarquia interna.
Ontem, Barrichello evitou dar
muita importância a este primeiro treino oficial.
Na opinião dele, as duas primeiras corridas do campeonato não
são grandes referências para o
resto do ano.
"Acho que os primeiros dois
GPs não respondem a muitas perguntas. Posso ganhar as duas primeiras provas e depois só ter problemas até o fim do campeonato,
como também posso ir muito mal
no começo e melhorar no meio da
temporada", afirmou.
Segundo ele, os GPs da Austrália e do Brasil (segunda etapa, no
dia 26) têm uma característica comum. "Sempre existem muitas
dúvidas sobre durabilidade, enquanto no resto do ano os carros
já estão resistentes, e a disputa fica
mais próxima da verdade".
"A minha posição na equipe
não se define pelo que vai acontecer neste começo de ano", completou o piloto brasileiro.
Uma das figuras mais assediadas pela imprensa em Melbourne,
Barrichello disse que seu principal objetivo neste final de semana
é controlar a expectativa pela estréia na Ferrari.
"A ansiedade é o sentimento
predominante neste momento. A
ansiedade de guiar o carro numa
pista onde a gente vai correr, de
ver os tifosi nas arquibancadas...
Não posso deixar a emoção tomar
conta de mim, para que isso não
me atrapalhe", afirmou.
Macacão
Pela primeira vez, o brasileiro
circulou pelo paddock de um circuito de F-1 às vésperas de um GP
envergando o tradicional macacão vermelho da Ferrari.
De capacete em punho, participou, com os outros 21 colegas, da
pesagem oficial, que tradicionalmente acontece na quinta-feira
anterior ao primeiro GP -estranhamente, a FIA (entidade máxima do automobilismo) não divulgou os pesos dos pilotos.
Na caminhada pelo paddock,
parou para falar com repórteres e
fez brincadeiras com mecânicos
da Jaguar, com os quais trabalhou
até o último Mundial.
Aproveitou, também, para lembrar das outras vezes em que esteve em Melbourne, com perspectivas muito mais modestas.
"Com a Jordan e com a Stewart,
acabar em quinto aqui já era uma
vitória. Agora, com a Ferrari, é diferente. Você quer chegar aos
pontos e até ganhar."
Com carros medíocres, o melhor resultado que o brasileiro
conseguiu na Austrália foi um
quarto lugar, há seis anos, quando
a prova ainda era disputada no
circuito de Adelaide.
Em uma situação como a de
agora, em início de temporada, o
máximo que conseguiu foi uma
quinta colocação, em Melbourne,
no ano passado.
A dúvida sobre o que ele pode
conseguir ao volante de um carro
de ponta começa a ser respondida
hoje. A partir das 23h.
NA TV - A Globo divulga a
transmissão ao vivo do treino
oficial a partir das 23h45
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