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FUTEBOL
Comportamento emocional
TOSTÃO
COLUNISTA DA FOLHA
A Islândia é tão ruim e esquisita, que o treino serviu
para confundir ainda mais. Nada
mais chato para um jogador do
que atuar contra esse tipo de adversário.
A Islândia jogou com dez na defesa. Geralmente, essas equipes
atrapalham e resistem somente
um tempo. Ainda mais com
aquele calor. Na segunda etapa,
taticamente Scolari escalou o time para jogar contra a Islândia e
não para disputar a Copa. A
equipe ficou com três atacantes,
dois meias-ofensivos, apenas um
volante e com os ótimos cruzamentos do Kléber.
No primeiro tempo, Paulo César, como sempre, só avançava
pelo meio. Esse foi o principal motivo de a equipe afunilar tanto o
jogo, como reclamou o treinador.
Há bons jogadores que brilham
quando enfrentam uma "vaca
atolada", depois somem contra
fortes equipes. Isso é devido principalmente às características do
atleta. Parecem craques, mas não
são. Existem os que não brilham
contra fracos nem contra fortes times. Esses são ruins mesmos.
Há ainda os que jogam da mesma maneira, contra qualquer adversário. Kaká é um deles. Contra
a Islândia, fez o que faz sempre e
o que poderá fazer na Copa.
Quando a seleção brasileira de juniores enfrentava fracas equipes,
Kaká era o que menos se destacava. Os outros aproveitavam e deitavam e rolavam.
França não brilhou, mas jogou
como no São Paulo: errou vários
lances, o que é habitual, mas deixou o Belletti e o Kaká na cara do
gol, o que também é comum.
Quase fez um belíssimo gol ao seu
estilo. Porém, como atacante, não
aproveitou a galinha-morta para
dar show e fazer gols. Provavelmente faria um ou dois gols no segundo tempo, quando a partida
ficou muito fácil.
Falta ao França a ambição dos
grandes jogadores. Ao contrário
do Kaká, não se empolgou com a
oportunidade. O comportamento
emocional fez a diferença.
França perdeu a chance. Veremos alguns bons jogadores no
Mundial, como Washington,
Marcelinho Paraíba, Élber e Edílson, mas não veremos um jogador excepcional e especial como
França. São os imprevistos do futebol e da vida.
Evolução nas convocações
Depois do jogo com a Islândia, é
hora de dar palpites. De psicólogo, médico, louco e técnico da seleção, todo mundo tem um pouco.
Tentarei adivinhar os jogadores
que irão ao Mundial. Para o gol
devem ir Marcos, Dida e Rogério.
Júlio César ficará para 2006. Na
zaga, há seis jogadores para cinco
vagas. Anderson Polga e Edmilson, que também podem jogar de
volantes, Lúcio, Roque Júnior e
Juan são os mais prováveis. Cris
deve sobrar.
Roberto Carlos e Cafu são os
alas titulares. Scolari vai levar um
reserva para cada lado (Belletti,
Serginho ou Júnior) ou o Paulo
César para as duas posições?
Aposto em Belletti e Júnior.
Os volantes seriam Emerson,
Gilberto Silva, Kleberson e Vampeta. Como Anderson Polga e Edmilson podem atuar no meio-de-campo, não será surpresa se sair
um dos volantes. Vampeta é o que
corre mais riscos.
Kaká conquistou o seu lugar.
Rivaldo é o titular. Juninho, Alex
e Djalminha lutam por uma ou
duas vagas, já que em alguns jogos o time poderá atuar com dois
meias ofensivos.
Na frente, tudo vai depender da
dupla Romário e Ronaldo. Depois
da última entrevista, fiquei mais
em dúvida se o Romário será chamado. Edílson e Denílson também são certos. Élber, Washington, Luizão, Ronaldinho e Marcelinho Paraíba disputam uma ou
duas vagas. Luizão (se voltar a jogar) e Marcelinho Paraíba são os
mais cotados.
O time titular, hoje, seria: Marcos; Lúcio, Anderson Polga e Roque Júnior; Cafu, Emerson, Kleberson e Roberto Carlos; Rivaldo,
Edílson e mais um. Ronaldo, Romário e Luizão são dúvidas. Sobraria o Élber. Provavelmente,
até o Mundial, Kaká vai ganhar
um lugar na equipe. Rivaldo passaria a jogar mais adiantado.
Por causa dos amistosos sem os
titulares "estrangeiros", houve
uma evolução na qualidade das
convocações do Felipão. Sem essas partidas, Anderson Polga, Gilberto Silva, Kleberson e Kaká não
teriam oportunidade de mostrar,
na seleção, o ótimo futebol que
praticam em seus clubes.
Penso que no grupo ainda faltam alguns jogadores como Juninho Pernambucano, Ricardinho
e França. Rogério seria também o
meu goleiro titular. Essa é só minha opinião. Dê também a sua.
Não vale clubismo, regionalismo
nem questões pessoais.
E-mail - tostao.folha@uol.com.br
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