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Máquina russa dá fôlego aos atletas
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dia após demolir o arqui-rival Palmeiras e conquistar uma
vaga na final do Campeonato
Paulista, os jogadores corintianos
ficaram literalmente sem fôlego.
Em vez do tradicional descanso,
o time do Parque São Jorge passou a manhã de domingo fazendo
testes que simulam a altitude,
considerada uma perigosa vilã
nas pretensões corintianas de obter o título da Libertadores.
O responsável por fazer o time
se desgastar em pleno domingo é
o GO2 Altitude, aparelho russo
que pertence à Universidade Federal de Santa Maria e foi emprestado sem custo ao Corinthians.
É o único equipamento do gênero no país e foi trazido para o
clube do Parque São Jorge pelo fisiologista Renato Lotufo.
Segundo ele, jamais uma equipe
fez esse tipo de preparação no
Brasil. O São Paulo, nos anos 90,
fazia a adaptação de seus atletas à
altitude com botijões de ar.
"Todos os dias, durante 30 dias,
eles [jogadores] vão ficar uma hora por dia respirando um ar simulando uma altitude acima de 3.050
m", disse Lotufo, ressaltando que
um atleta, na altitude, perde 30%
de sua capacidade aeróbia.
O fisiologista assegurou, porém,
que, ao final da preparação, eles
estarão prontos para a altitude.
O Corinthians jogará no próximo dia 26 na Cidade do México
(2.300 m de altitude), contra o
Cruz Azul, e em 9 de abril, contra
o boliviano The Strongest, em La
Paz (3.600 m de altitude).
"Não estamos muito preocupados com o México. Estamos nos
preparando para La Paz."
O GO2 tem capacidade para
analisar cinco atletas por vez. Lotufo diz que as doses de ar serão
individuais. Os resultados iniciais,
segundo ele, definirão a carga de
oxigênio que cada atleta receberá.
Ontem, os atletas foram submetidos à uma altitude de 6.000 m.
"Você não consegue nem sentir
direito o ar, mas espero que isso
nos ajude na Libertadores", afirmou o atacante Liedson.
Segundo Lotufo, as sessões diárias de aclimatação à altitude irão
melhorar a capacidade aeróbia
dos jogadores até nas partidas
realizadas ao nível do mar.
"O estímulo do ar na altitude
acelera a fabricação de glóbulos
vermelhos [responsável pelo
transporte do oxigênio]."
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