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São Paulo, segunda-feira, 10 de março de 2003

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DOPING

Documento unifica procedimentos em todos os esportes e evita distorções de penas díspares para casos semelhantes

Código elimina tratamento privilegiado

DA REPORTAGEM LOCAL

A aprovação informal do Código Mundial Antidoping semana passada em Copenhague vai fazer desaparecer distorções observadas em esportes diferentes.
O documento elaborado pela Wada (Agência Mundial Antidoping) vai unificar os regulamentos e os procedimentos antidoping em todos os esportes.
As federações mundiais se comprometeram a implantar o código até os Jogos de Atenas-2004.
Até a aprovação do documento, havia punições muito diferentes para casos bastante semelhantes.
Penas para atletas pegos com esteróides anabólicos, que aumentam a potência muscular, variaram de seis meses a quatro anos.
Em 2001, o tenista argentino Guillermo Coria teve antidoping positivo para nandrolona e ficou fora das quadras por seis meses.
No Mundial masculino de basquete de Indianápolis-2002, o pivô brasileiro Rafael Araújo, o Baby, foi pego com esteróide.
A Fiba (Federação Internacional de Basquete) anunciou uma suspensão de dois anos ao atleta.
Um dos casos mais famosos de uso de esteróide é o do velocista canadense Ben Johnson, flagrado com estanozolol. Campeão nos 100 m rasos em Seul-88, o canadense teve o ouro cassado e levou quatro anos de suspensão.
Mas as discrepâncias não ficam restritas ao uso dos esteróides.
Em 2001, as ginastas russas Alina Kabaeva (campeã mundial) e Irina Tchachina (vice olímpica) tiveram resultado positivo para o diurético furosemida e acabaram suspensas por um ano.
Os diuréticos podem mascarar o uso de outras substâncias.
No ano passado, o judoca brasileiro João Derly também foi flagrado com diurético, mas no seu caso a pena foi de seis meses.
"O código é um passo importante na implantação de uma política homogênea", diz João Granjeiro Neto, diretor médico do COB, que esteve em Copenhage.
Com o código, ficou definido que, na primeira ofensa, a pena será de dois anos. No caso de reincidência, acontece o banimento.
A intenção era aprovar o código desta maneira, mas a pressão de algumas federações tornou o documento mais flexível.
Em caso de violação "não intencional" e "circunstâncias excepcionais", a pena pode ser alterada.
Foi criado um grupo de trabalho para estudar o assunto.
Outro ponto positivo apontado por Granjeiro foi a participação dos governos na iniciativa.
"Com isso, as proposições entrarão na legislação dos países signatários do código", declara ele.



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