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DOPING
Documento unifica procedimentos em todos os esportes e evita distorções de penas díspares para casos semelhantes
Código elimina tratamento privilegiado
DA REPORTAGEM LOCAL
A aprovação informal do Código Mundial Antidoping semana
passada em Copenhague vai fazer
desaparecer distorções observadas em esportes diferentes.
O documento elaborado pela
Wada (Agência Mundial Antidoping) vai unificar os regulamentos e os procedimentos antidoping em todos os esportes.
As federações mundiais se comprometeram a implantar o código
até os Jogos de Atenas-2004.
Até a aprovação do documento,
havia punições muito diferentes
para casos bastante semelhantes.
Penas para atletas pegos com esteróides anabólicos, que aumentam a potência muscular, variaram de seis meses a quatro anos.
Em 2001, o tenista argentino
Guillermo Coria teve antidoping
positivo para nandrolona e ficou
fora das quadras por seis meses.
No Mundial masculino de basquete de Indianápolis-2002, o pivô brasileiro Rafael Araújo, o
Baby, foi pego com esteróide.
A Fiba (Federação Internacional de Basquete) anunciou uma
suspensão de dois anos ao atleta.
Um dos casos mais famosos de
uso de esteróide é o do velocista
canadense Ben Johnson, flagrado
com estanozolol. Campeão nos
100 m rasos em Seul-88, o canadense teve o ouro cassado e levou
quatro anos de suspensão.
Mas as discrepâncias não ficam
restritas ao uso dos esteróides.
Em 2001, as ginastas russas Alina Kabaeva (campeã mundial) e
Irina Tchachina (vice olímpica)
tiveram resultado positivo para o
diurético furosemida e acabaram
suspensas por um ano.
Os diuréticos podem mascarar
o uso de outras substâncias.
No ano passado, o judoca brasileiro João Derly também foi flagrado com diurético, mas no seu
caso a pena foi de seis meses.
"O código é um passo importante na implantação de uma política homogênea", diz João Granjeiro Neto, diretor médico do
COB, que esteve em Copenhage.
Com o código, ficou definido
que, na primeira ofensa, a pena
será de dois anos. No caso de reincidência, acontece o banimento.
A intenção era aprovar o código
desta maneira, mas a pressão de
algumas federações tornou o documento mais flexível.
Em caso de violação "não intencional" e "circunstâncias excepcionais", a pena pode ser alterada.
Foi criado um grupo de trabalho para estudar o assunto.
Outro ponto positivo apontado
por Granjeiro foi a participação
dos governos na iniciativa.
"Com isso, as proposições entrarão na legislação dos países signatários do código", declara ele.
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