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FUTEBOL
Pequenos chegam às decisões estaduais com aproveitamentos e ataques superiores aos dos times mais tradicionais
Siderúrgicos têm campanhas de grandes
DA REPORTAGEM LOCAL
E DO ENVIADO A VOLTA REDONDA
Nada de entrar numa final contra um grande como zebra absoluta e na retranca. Isso é o que
mostra o retrospecto dos "times
do aço" nos Estaduais de 2005.
No Rio, o Volta Redonda teve a
melhor campanha somando os
dois turnos. No Rio Grande do
Sul, o 15 de Novembro supera
com folga o desempenho do Internacional, seu rival na decisão.
Em Minas, o Ipatinga somou só
um ponto a menos do que o Cruzeiro, mas conta com um ataque
mais goleador. O Serra tem, entre
os estaduais que já tiveram mais
de cinco rodadas, o melhor aproveitamento -ganhou 92% dos
pontos que disputou e não perdeu
nas oito partidas realizadas.
Essas equipes tiveram também
papel essencial para derrubar
uma tendência histórica: a de que
o futebol paulista abriga os pequenos mais poderosos do país.
O Paulista-05 já tem o São Paulo
como campeão -Corinthians e
Santos brigam pelo vice. O aproveitamento de pontos dos quatro
grandes de SP estava, antes do início da rodada do final de semana,
em 65%, em média. Esse é o melhor desempenho dos grandes
nos quatro mais prestigiados
campeonatos estaduais do país.
Os quatro grandes cariocas ganharam 54% dos pontos que disputaram. No Sul, a dupla Gre-Nal
teve aproveitamento de 55%. Em
Minas, a dupla Atlético-MG e
Cruzeiro faturou 64% dos pontos.
No ano passado, quando o São
Caetano foi campeão e o Paulista
de Jundiaí, vice, paulistas viveram
situação inversa -tiveram o pior
aproveitamento de times grandes
nos quatro principais estaduais.
Matriz x filial
Entre os times do aço, quem
tem o plantel com nomes mais conhecidos é o Ipatinga. O clube
conta com vários jogadores que já
atuaram no Cruzeiro, como o goleiro Rodrigo Posso, o meia Mancuso e o atacante Kanu.
A comissão técnica também é
formada por profissionais que já
passaram pela Toca da Raposa.
O presidente do clube, Itair Machado, não teme que essa situação
possa atrapalhar na decisão, que
começa hoje no Ipatingão. "Nós é
que vamos lucrar com isso. Nossos jogadores vão querer mostrar
o melhor para voltarem ao Cruzeiro", vislumbra o cartola.
Em troca dos emprestados, o
Cruzeiro recebe o direito de ficar
com as revelações do Ipatinga
-o meia-atacante Kerlon, que
brilha no atual Sul-Americano
sub-17, saiu do Vale do Aço.
Caso lapide um jogador que seja
repassado para a "matriz" e depois vendido para uma outra
agremiação, o Ipatinga receberá
50% do valor da transação. "Nosso modelo desde nossa criação é o
Cruzeiro", afirma Machado, ao
falar da relação carnal que mantém com seu adversário na decisão do Mineiro.
No Rio Grande do Sul, não é de
hoje que o 15 de Novembro de
Campo Bom deixa o Grêmio para
trás. Em 2002 e 2003 o time já havia ido à final, quando não teve
sucesso, contra o Internacional.
Só que desta vez, com um grupo
recheado de veteranos, como o
goleiro Márcio, ex-Juventude, e o
meia Luizinho Vieira, ex-Santa
Cruz, o 15 de Novembro somou
sete pontos a mais do que o poderoso Inter nas duas fases anteriores da competição. Por isso, fará o
segundo jogo da decisão em casa
e ainda com a vantagem dos empates. Como faz há um bom tempo, o time de Campo Bom encerra
suas atividades após o Estadual.
"O retorno financeiro da Série C
[do Brasileiro] é pequeno", justifica o presidente do clube do interior gaúcho, Marco Aurélio Feltes.
O Serra, que busca o tricampeonato capixaba, tem um elenco formado por muitos pratas da casa e
poucos veteranos. Os salários,
"relativamente em dia" segundo
seu presidente, Jorge Euclides, variam de R$ 600 a R$ 3.000.
(PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)
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