São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 2006

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COPA 2006

Arritmia no coração tira australiano do Mundial

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Tony Vidmar, um dos principais defensores da seleção australiana, segundo rival do Brasil na Copa da Alemanha, anunciou ontem que não jogará o Mundial por causa de problemas cardíacos.
Atleta do NAC Breda, time da primeira divisão da Holanda, Vidmar se submeteu a vários exames médicos após ter fraturado algumas costelas. Os resultados apontaram arritmia cardíaca.
""Foi um verdadeiro choque. Devido à gravidade da situação, não tive escolha. Pelo interesse meu e pelo interesse da equipe, não devo jogar o Mundial", declarou o jogador, que teria praticamente uma chance única de jogar a Copa, uma vez que tem 35 anos -completará 36 anos cinco dias antes da decisão do Mundial.
Vidmar, que já atuou 75 vezes pela seleção australiana, também poderia participar da primeira campanha de seu país em Mundiais desde 1974 -o time conseguiu épica classificação na repescagem das eliminatórias ao derrotar nos pênaltis o Uruguai, e Vidmar converteu sua cobrança.
O jogador disse que voltará para a Austrália no final de semana para se submeter a novos exames médicos. Apenas depois disso é que ele decidirá de vez se irá abandonar definitivamente o futebol.
Vidmar passou boa parte de sua carreira defendendo times britânicos, como o inglês Middlesbrough e o escocês Glasgow Rangers, ajudando a abrir as portas do futebol europeu para jogadores de seu país. Ele deu início à sua carreira profissional em 1991.
""É claro que eu adoraria jogar a Copa do Mundo. Tem sido um sonho para mim, que participei de quatro campanhas [quatro eliminatórias da Copa]. Mas até eu estar totalmente consciente da minha saúde eu não posso correr riscos jogando", disse Vidmar.
A Austrália integra o Grupo F do Mundial ao lado de Brasil, Croácia e Japão, time contra o qual estréia no dia 12.
O anúncio do problema cardíaco de Vidmar foi feito pela federação australiana de futebol. O holandês Guus Hiddink, técnico da seleção da Austrália, ainda não divulgou oficialmente a lista dos convocados para a Copa.
Já houve um caso de morte em uma competição da Fifa -o camaronês Marc-Vivien Foé morreu pouco após cair no gramado em partida na Copa das Confederações de 2003, quando fazia semifinal contra a Colômbia. Uma hipertrofia cardíaca foi apontada como a causa da morte do jogador, que estava com 28 anos.
Após uma série de descobertas de problemas cardíacos em jogadores de futebol e algumas mortes em campo, a Fifa exigiu mais rigor nos exames médicos feitos nos atletas para a Copa deste ano.
No Brasil, a morte do zagueiro Serginho, do São Caetano, em uma partida do Campeonato Brasileiro de 2004 no Morumbi contra o São Paulo, levou a um cuidado maior dos clubes nos exames médicos de seus atletas. Vários casos de problemas cardíacos em jogadores surgiram então no país.
Poucos meses antes de morrer, Serginho se submeteu a exames detalhados no Incor (Instituto do Coração), dentre os quais um cateterismo, e foi aconselhado pelos médicos a parar de jogar futebol.


Com agências internacionais

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