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COPA 2006
Arritmia no coração tira australiano do Mundial
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Tony Vidmar, um dos principais defensores da seleção australiana, segundo rival do Brasil na
Copa da Alemanha, anunciou ontem que não jogará o Mundial por
causa de problemas cardíacos.
Atleta do NAC Breda, time da
primeira divisão da Holanda,
Vidmar se submeteu a vários exames médicos após ter fraturado
algumas costelas. Os resultados
apontaram arritmia cardíaca.
""Foi um verdadeiro choque.
Devido à gravidade da situação,
não tive escolha. Pelo interesse
meu e pelo interesse da equipe,
não devo jogar o Mundial", declarou o jogador, que teria praticamente uma chance única de jogar
a Copa, uma vez que tem 35 anos
-completará 36 anos cinco dias
antes da decisão do Mundial.
Vidmar, que já atuou 75 vezes
pela seleção australiana, também
poderia participar da primeira
campanha de seu país em Mundiais desde 1974 -o time conseguiu épica classificação na repescagem das eliminatórias ao derrotar nos pênaltis o Uruguai, e Vidmar converteu sua cobrança.
O jogador disse que voltará para
a Austrália no final de semana para se submeter a novos exames
médicos. Apenas depois disso é
que ele decidirá de vez se irá abandonar definitivamente o futebol.
Vidmar passou boa parte de sua
carreira defendendo times britânicos, como o inglês Middlesbrough e o escocês Glasgow Rangers, ajudando a abrir as portas
do futebol europeu para jogadores de seu país. Ele deu início à sua
carreira profissional em 1991.
""É claro que eu adoraria jogar a
Copa do Mundo. Tem sido um
sonho para mim, que participei
de quatro campanhas [quatro eliminatórias da Copa]. Mas até eu
estar totalmente consciente da
minha saúde eu não posso correr
riscos jogando", disse Vidmar.
A Austrália integra o Grupo F
do Mundial ao lado de Brasil,
Croácia e Japão, time contra o
qual estréia no dia 12.
O anúncio do problema cardíaco de Vidmar foi feito pela federação australiana de futebol. O holandês Guus Hiddink, técnico da
seleção da Austrália, ainda não divulgou oficialmente a lista dos
convocados para a Copa.
Já houve um caso de morte em
uma competição da Fifa -o camaronês Marc-Vivien Foé morreu pouco após cair no gramado
em partida na Copa das Confederações de 2003, quando fazia semifinal contra a Colômbia. Uma
hipertrofia cardíaca foi apontada
como a causa da morte do jogador, que estava com 28 anos.
Após uma série de descobertas
de problemas cardíacos em jogadores de futebol e algumas mortes
em campo, a Fifa exigiu mais rigor nos exames médicos feitos
nos atletas para a Copa deste ano.
No Brasil, a morte do zagueiro
Serginho, do São Caetano, em
uma partida do Campeonato Brasileiro de 2004 no Morumbi contra o São Paulo, levou a um cuidado maior dos clubes nos exames
médicos de seus atletas. Vários
casos de problemas cardíacos em
jogadores surgiram então no país.
Poucos meses antes de morrer,
Serginho se submeteu a exames
detalhados no Incor (Instituto do
Coração), dentre os quais um cateterismo, e foi aconselhado pelos
médicos a parar de jogar futebol.
Com agências internacionais
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