|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Serginho, o rei do "choque rei"
JOSÉ GERALDO COUTO
da Equipe de Articulistas
Nos tempos românticos da
crônica esportiva, dava-se o
nome de "choque rei'" ao clássico São Paulo x Palmeiras. O
de ontem, no estádio do Morumbi, teve muitos choques e
um único rei: Serginho.
Os choques foram tantos que
houve quatro expulsões, duas
de cada lado, números aliás
idênticos ao do confronto anterior entre os dois times.
Já Serginho fez três gols e deu
passes perfeitos para os outros
dois de seu time (de Marcelinho e Edu). Se saísse de campo
de cetro e coroa não estaria havendo nenhum exagero.
A ironia do destino é que se
repete no São Paulo o mesmo
enredo do ano passado, quando Denílson, então o astro do
time, bateu asas para a Espanha. Desta vez, o astro é Serginho, de malas prontas para ir
jogar no Milan.
Claro que o histórico placar
de 5 a 1 do clássico de ontem deve ser matizado: o Palmeiras
jogou com menos da metade de
seus titulares.
Se bem que, cá entre nós, alguns reservas do Palmeiras seriam titulares em qualquer outra equipe do país.
Além do São Paulo, mais líder
e mais invicto do que nunca,
quem gostou da rodada do fim-de-semana foi a Lusa, que ganhou da Matonense e fez o Palmeiras comer poeira na briga
pela classificação no Grupo 3.
O Corinthians também tem
motivos para comemorar. Venceu seu segundo jogo seguido
(depois de uma série de cinco
derrotas), aproximou-se da
classificação para as semifinais
do Paulistão e, de quebra, viu o
arqui-rival do Parque Antártica ser massacrado.
Mas esse último fato -a goleada tricolor sobre o Palmeiras- poderá ter um efeito funesto para o alvinegro.
Ferido em seu orgulho, o time
de Luiz Felipe Scolari, com sua
formação titular, vai entrar em
campo fuzilando contra o Corinthians, pela Libertadores,
na quarta-feira. Tudo indica
que será um jogo inesquecível.
A revista "Placar", talvez percebendo o momento de queda
da auto-estima corintiana, resolveu dar (ou melhor, vender
por R$ 3,90) um consolo aos
fiéis torcedores: uma edição especial com fotos de esquadrões
alvinegros vencedores, desde a
década de 10 até este final de
século.
De passado também se vive.
Sobrou espaço para dar as
boas-vindas ao novo colunista
de futebol da Folha, o supercraque (na bola e no texto) Tostão.
Ter um companheiro como esse
é uma honra para qualquer
jornalista.
Tenho uma honra suplementar: a de haver entrevistado
Tostão em sua casa, em Belo
Horizonte, há pouco mais de
cinco anos, para o caderno
Mais!. Foi uma das conversas
mais agradáveis e iluminadoras que a profissão me proporcionou, graças à inteligência e
à gentileza do entrevistado.
Na época, o ex-jogador dedicava-se integralmente à medicina e ainda não pensava em
tornar-se comentarista.
Mas já dava para perceber a
saudade que ele sentia do mundo da bola, que, por sua vez,
nunca deixou de sentir saudade de Tostão.
E-mail jgcouto@uol.com.br
Texto Anterior: Claudiomiro faz time voltar à rotina de contusões Próximo Texto: Vasco afasta seu artilheiro insatisfeito Índice
|