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Surpreso, treinador evita dar opinião sobre conflito
DO PAINEL FC
Luiz Felipe Scolari ficou surpreso ao receber o convite para
fazer a palestra a palestinos e
israelenses. E evitará discussões mais profundas sobre o
conflito entre os povos durante
sua visita a Jerusalém. "Surpreendeu um pouco porque
não tenho tanto conhecimento.
Sei só o que ouço e leio", disse.
O técnico acredita, porém,
que sua opinião pouco interessa aos técnicos palestinos e israelenses que participarão da
palestra. Diz que estará lá para
falar da importância da amizade, e não para debater o tema.
O brasileiro de 58 anos tem
uma pequena experiência sobre conflitos para contar. Lembrará aos ouvintes de quando
era técnico do Kuait e estava
com sua seleção na França.
Iniciava uma pré-temporada
quando a delegação recebeu a
notícia de que o Kuait fora invadido por tropas provenientes
do Iraque, em 1990.
"Como eu não tinha família
morando no Kuait, servi como
anteparo, como pai. Dava a eles
a esperança de que todos ficariam bem. O ambiente era melancólico", lembrou.
Na semana passada, ele esteve no Kuait para um amistoso
com a seleção de Portugal e
reencontrou alguns daqueles
jogadores, hoje aposentados.
Além de falar aos treinadores, Scolari conversará com
crianças assistidas pelo Instituto Shimon Peres, na terça-feira.
A maioria, praticante de futebol. No mesmo dia, terá um encontro com Peres, vice-premiê
de Israel e premiado com o Nobel da Paz em 1994.
Diante dele, também evitará
se aprofundar na questão da
Palestina. "Não conheço a realidade da região. Sei que há um
projeto de integração e vou lá
para colaborar."
O brasileiro diz se identificar
com o projeto do instituto e que
pretende se dedicar mais a programas sociais quando encerrar a carreira de treinador.
Atualmente, colabora com
entidades carentes. No futuro,
pode criar uma fundação.
"Só sei uma coisa. Político eu
não vou ser, nunca. A chance é
menos que zero. Não tenho jogo de cintura para isso."
O treinador ficará em Jerusalém até quarta-feira.
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