DA REPORTAGEM LOCAL

A edição 2000 da Copa do Brasil mostrou os efeitos negativos que um inchaço exagerado pode causar em uma competição de futebol.
Motivada por acordos políticos, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) organizou a competição com 69 clubes. Na sua primeira edição, em 1989, a Copa do Brasil teve 32 times.
Com mais equipes, muitas delas sem nenhuma tradição, o torneio teve em 2000 menos gols e um menor interesse de torcedores.
A Copa do Brasil-2000 terminou com uma média de 2,98 gols marcados por jogo, uma queda de 5% em relação ao torneio do ano passado, que teve uma média de 3,16 gols anotados por encontro realizado.
A competição teve nove partidas, incluindo o primeiro jogo da decisão entre São Paulo e Cruzeiro, que não tiveram a abertura da contagem.
Dessa forma, 7% dos confrontos da competição terminaram em 0 a 0. No último Campeonato Paulista, por exemplo, esse índice não passou de 3,5%.
Mesmo com equipes frágeis, o número de goleadas na Copa da Brasil também diminuiu. Na edição 2000, 17% das partidas terminaram com vitórias de pelo menos três gols de diferença, contra 19% do ano passado. Em confrontos contra times "pequenos", algumas das maiores forças do futebol brasileiro sofreram -o Flamengo, por exemplo, só marcou dois gols em dois jogos contra o River do Piauí.
Mas não foi só na artilharia que a Copa do Brasil teve médias menores do que no passado em sua versão 2000.
Apesar da falta de divulgação do público na maioria de seus jogos, ficou clara a fuga de torcedores nas partidas da competição. Clássicos do futebol brasileiro, mesmo em fases avançadas do torneio, tiveram bilheterias decepcionantes.
Nas oitavas-de-final, por exemplo, o jogo entre Botafogo e Corinthians, no Maracanã, teve menos de 5.000 pagantes. Na mesma fase, o Flamengo, time mais popular do país, levou 6.000 torcedores ao Maracanã em um jogo contra o Bahia.


Texto Anterior: Contrato de Raí será renovado
Próximo Texto: Perda de título coloca fim a conflito
Índice