São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 2008

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Apelação atrasa, e Rebeca não vai à China

Corte deve ouvir nadadora acusada de doping só em setembro, após Olimpíada

Documentação chegou a tribunal suíço na semana passada, e caso ainda pode se arrastar por meses até que haja alguma sentença


EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Acusada de doping, a nadadora brasileira Rebeca Gusmão está definitivamente fora dos Jogos de Pequim. Segundo a Folha apurou, o cronograma da Corte de Arbitragem do Esporte, em Lausanne (Suíça), prevê ouvi-la em setembro, ou seja, depois da Olimpíada.
Logo após Rebeca ser informada de que fora suspensa por dois anos pela Federação Internacional de Natação por doping no Pan de 2007, em maio, seus advogados anunciaram que iriam recorrer da sentença.
No entanto, reconheceram que o tempo mínimo que a corte levou para apreciar um caso como esse foi três meses -normalmente as pendências se arrastam por até oito meses.
Por isso, à época, os advogados disseram que enviariam o recurso até dia 21 de maio e, além disso, pediriam urgência na apreciação do caso dela. Os Jogos de Pequim serão disputados entre 8 e 24 de agosto.
Mas a documentação chegou à Suíça somente na semana retrasada e, pelo cronograma inicial da corte, o caso deve ser julgado somente em setembro.
Prejudica a situação de Rebeca o fato de se tratar de período olímpico, e por isso a corte deslocará parte de sua estrutura para trabalhar em Pequim.
A situação da brasileira pode demorar ainda mais para ter uma conclusão. Assim como uma decisão pode sair pouco tempo após a atleta ser ouvida, a redação do laudo arbitral, que tem de passar pelo crivo dos três árbitros, pode levar até dois meses -em caso de uma divergência entre os árbitros.
Os advogados da nadadora confirmam que o material foi remetido há pouco tempo.
""Mandamos tudo [há três semanas], mas até agora não obtivemos resposta. É cedo ainda para falar", declarou Breno Tannuri, advogado de Rebeca, ao ser informado pela Folha sobre o cronograma da corte.
O otimismo demonstrado à época da condenação da brasileira, que fora instruída pelos advogados na oportunidade a seguir treinando, já que sua situação poderia ser revertida, está mais contido atualmente.
""Como ela [Rebeca] está? Continua normal, treinando. Espero eu", especula Tannuri.
O advogado considera ""subjetivo" o relatório da Federação Internacional de Natação e crê ter havido irregularidade na condução do teste. ""Houve quebra de confidencialidade no exame das ampolas."
Em um outro caso de doping no qual Rebeca era acusada de doping, referente a 2006, a corte se declarou incompetente para atuar, pois a brasileira não havia passado por julgamento.


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