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Apelação atrasa, e Rebeca não vai à China
Corte deve ouvir nadadora acusada de doping só em setembro, após Olimpíada
Documentação chegou a tribunal suíço na semana passada, e caso ainda pode se arrastar por meses até que haja alguma sentença
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Acusada de doping, a nadadora brasileira Rebeca Gusmão
está definitivamente fora dos
Jogos de Pequim. Segundo a
Folha apurou, o cronograma
da Corte de Arbitragem do Esporte, em Lausanne (Suíça),
prevê ouvi-la em setembro, ou
seja, depois da Olimpíada.
Logo após Rebeca ser informada de que fora suspensa por
dois anos pela Federação Internacional de Natação por doping
no Pan de 2007, em maio, seus
advogados anunciaram que
iriam recorrer da sentença.
No entanto, reconheceram
que o tempo mínimo que a corte levou para apreciar um caso
como esse foi três meses -normalmente as pendências se arrastam por até oito meses.
Por isso, à época, os advogados disseram que enviariam o
recurso até dia 21 de maio e,
além disso, pediriam urgência
na apreciação do caso dela. Os
Jogos de Pequim serão disputados entre 8 e 24 de agosto.
Mas a documentação chegou
à Suíça somente na semana retrasada e, pelo cronograma inicial da corte, o caso deve ser julgado somente em setembro.
Prejudica a situação de Rebeca o fato de se tratar de período
olímpico, e por isso a corte deslocará parte de sua estrutura
para trabalhar em Pequim.
A situação da brasileira pode
demorar ainda mais para ter
uma conclusão. Assim como
uma decisão pode sair pouco
tempo após a atleta ser ouvida,
a redação do laudo arbitral, que
tem de passar pelo crivo dos
três árbitros, pode levar até
dois meses -em caso de uma
divergência entre os árbitros.
Os advogados da nadadora
confirmam que o material foi
remetido há pouco tempo.
""Mandamos tudo [há três semanas], mas até agora não obtivemos resposta. É cedo ainda
para falar", declarou Breno
Tannuri, advogado de Rebeca,
ao ser informado pela Folha
sobre o cronograma da corte.
O otimismo demonstrado à
época da condenação da brasileira, que fora instruída pelos
advogados na oportunidade a
seguir treinando, já que sua situação poderia ser revertida,
está mais contido atualmente.
""Como ela [Rebeca] está?
Continua normal, treinando.
Espero eu", especula Tannuri.
O advogado considera ""subjetivo" o relatório da Federação Internacional de Natação e
crê ter havido irregularidade
na condução do teste. ""Houve
quebra de confidencialidade no
exame das ampolas."
Em um outro caso de doping
no qual Rebeca era acusada de
doping, referente a 2006, a corte se declarou incompetente
para atuar, pois a brasileira não
havia passado por julgamento.
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