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STOP & GO
Decisão
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
Em 1995, Barrichello teve a
chance de assinar com a Ferrari.
Não assinou e se estrepou.
Agora, quatro anos mais tarde, a oferta se repete, apesar de
as circunstâncias serem substancialmente diferentes.
Antes, Barrichello não tinha
perspectiva alguma e acabou
sendo faturado como sobra de
mercado pela Stewart. Hoje,
Barrichello tem um cheque de,
chuta-se, US$ 7 milhões assinado pela Ford, a promessa de um
carro vencedor em 2000 e em
condições de lutar pelo título no
ano seguinte.
Na outra mão, um retorno financeiro algo menor, mas a absoluta certeza de um carro vencedor -e não apenas um simples carro, mas uma Ferrari.
Como nada vem de graça neste mundo, a chance única de pilotar o carro vermelho traz como premissa a missão de auxiliar Schumacher e, se for o caso,
abdicar de uma posição de corrida e até mesmo de uma vitória
em favor do alemão.
Ou seja, uma escolha difícil,
muito mais complexa que a de
1995, quando, para piorar ainda
mais o quadro de então, era um
garoto precipitado e imaturo.
Barrichello, aliás, fez força para se mostrar outro nesta semana, tentando arrefecer os boatos,
evitando falar demais.
Sim, é outro, principalmente
na pista, mas ainda longe do
ideal. Caso contrário, não teria
falado demais após a pole na
França, prometendo mundos e
fundos para o "público brasileiro", gerando a fúria da mídia do
bananal, seca por novos heróis e
novidades que tais.
Na decisão de Barrichello encontra-se, na verdade, boa parte
do futuro da F-1 no Brasil. Dando o passo certo (se é possível definir um ou outro passo como
certo), o piloto estará devolvendo à categoria o grande público
que foi perdido em 1994.
A pressão é enorme. E como já
foi escrito neste espaço, já chegou a hora de Barrichello começar a acertar fora das pistas.
Desenhar o próprio futuro, seja onde for, é um bom começo.
NOTAS
Vaga aberta
Se Hill não der para trás nos
seus planos de aposentadoria,
o mais cotado para assumir a
vaga do último campeão inglês
da F-1 é Nick Heidfeld, atual líder da F-3000. A exemplo de
Zonta, o piloto alemão seria liberado pela McLaren, dona de
seu passe, para ganhar experiência. Na verdade, um dilema
para o jovem piloto, a maior
promessa do automobilismo
alemão desde os irmãos Schumacher, pois terá que jogar no
lixo um título certo por um futuro incerto, já que ninguém,
muito menos a McLaren, garante nova vaga para 2000.
Longa vida
A Mercedes dá mostras de
que sua relação com a McLaren
deve durar bastante. Anunciou
ontem o projeto do novo Mercedes SLR, um esportivo de luxo, que será desenvolvido e
produzido pela McLaren Cars,
a partir de 2003, a um custo
compartilhado de cerca de US$
200 milhões. Não foi divulgado
o preço do automóvel.
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