São Paulo, segunda-feira, 10 de agosto de 2009

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Dunga vê troca-troca inédito em sua seleção

Sete dos convocados acabam de mudar de time e terão de passar por adaptação

Técnico, que embarcou ontem com a delegação para a Estônia, onde equipe joga na quarta-feira, não se assusta com negociações

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A partir de hoje, quando se encontra com os jogadores que atuam na Europa para amistoso contra a Estônia, na quarta-feira, Dunga abre a temporada da seleção brasileira que vai culminar na Copa da África.
E, no momento mais importante da sua trajetória pelo time nacional, o treinador terá um grupo que vive uma situação inédita para os padrões da seleção nesta década.
Dos 22 convocados por Dunga para o jogo contra os estonianos, incluindo cinco prováveis titulares (Lúcio, André Santos, Ramires, Felipe Melo e Kaká), sete acabam de mudar de clube. Entre os titulares, o único que não mudou de país foi Felipe Melo, que trocou a Fiorentina pela Juventus.
Tanto na Copa de 2002 como na de 2006 foi bem diferente. Todos os titulares de Luiz Felipe Scolari na conquista do penta começaram a temporada 2001/2002 nos mesmos clubes do ano anterior. O mesmo ocorreu com a equipe montada por Carlos Alberto Parreira.
Além da rotina diária, mudar de time significa muitas vezes mudar de função, e Dunga diz que quase sempre convoca os jogadores para as posições que eles exercem em seus clubes.
O próprio treinador, que ontem embarcou para o país báltico com a delegação, reconhece que alguns podem sofrer para se adaptar, especialmente os que trocam Brasil por Europa.
"O Ramires daqui a um ano será diferente. Lá [em Portugal] ele terá que ser o diferencial. Se pagaram 10 milhões, ele vai ter que render como um jogador de 10 milhões", disse o treinador da seleção, que gostaria que os jogadores brasileiros só fossem para a Europa com pelo menos 24 anos.
Dunga não se espanta com o grande número de negócios envolvendo os jogadores de sua seleção, em transações que superaram os 100 milhões (cerca de R$ 260 milhões).
"Todos os nossos jogadores sabem atuar em várias posições, são bem dotados taticamente e inteligentes, além da técnica", falou o treinador.
Além do jogo contra a Estônia, quando terá um grupo na mão em que a maioria nem fez um jogo oficial na nova temporada europeia, Dunga deve ter pelo menos mais cinco chances de colocar seu time para jogar em 2009 -quatro já são certas.
O próximo jogo pelas eliminatórias é o clássico contra a Argentina, no dia 5. O Brasil ainda deve fazer amistoso em novembro, sem rival definido.

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