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Dunga vê troca-troca inédito em sua seleção
Sete dos convocados acabam de mudar de time e terão de passar por adaptação
Técnico, que embarcou ontem com a delegação para a Estônia, onde equipe joga na quarta-feira, não se assusta com negociações
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A partir de hoje, quando se
encontra com os jogadores que
atuam na Europa para amistoso contra a Estônia, na quarta-feira, Dunga abre a temporada
da seleção brasileira que vai
culminar na Copa da África.
E, no momento mais importante da sua trajetória pelo time nacional, o treinador terá
um grupo que vive uma situação inédita para os padrões da
seleção nesta década.
Dos 22 convocados por Dunga para o jogo contra os estonianos, incluindo cinco prováveis titulares (Lúcio, André
Santos, Ramires, Felipe Melo e
Kaká), sete acabam de mudar
de clube. Entre os titulares, o
único que não mudou de país
foi Felipe Melo, que trocou a
Fiorentina pela Juventus.
Tanto na Copa de 2002 como
na de 2006 foi bem diferente.
Todos os titulares de Luiz Felipe Scolari na conquista do penta começaram a temporada
2001/2002 nos mesmos clubes
do ano anterior. O mesmo
ocorreu com a equipe montada
por Carlos Alberto Parreira.
Além da rotina diária, mudar
de time significa muitas vezes
mudar de função, e Dunga diz
que quase sempre convoca os
jogadores para as posições que
eles exercem em seus clubes.
O próprio treinador, que ontem embarcou para o país báltico com a delegação, reconhece
que alguns podem sofrer para
se adaptar, especialmente os
que trocam Brasil por Europa.
"O Ramires daqui a um ano
será diferente. Lá [em Portugal] ele terá que ser o diferencial. Se pagaram 10 milhões,
ele vai ter que render como um
jogador de 10 milhões", disse
o treinador da seleção, que gostaria que os jogadores brasileiros só fossem para a Europa
com pelo menos 24 anos.
Dunga não se espanta com o
grande número de negócios envolvendo os jogadores de sua
seleção, em transações que superaram os 100 milhões (cerca de R$ 260 milhões).
"Todos os nossos jogadores
sabem atuar em várias posições, são bem dotados taticamente e inteligentes, além da
técnica", falou o treinador.
Além do jogo contra a Estônia, quando terá um grupo na
mão em que a maioria nem fez
um jogo oficial na nova temporada europeia, Dunga deve ter
pelo menos mais cinco chances
de colocar seu time para jogar
em 2009 -quatro já são certas.
O próximo jogo pelas eliminatórias é o clássico contra a
Argentina, no dia 5. O Brasil
ainda deve fazer amistoso em
novembro, sem rival definido.
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