São Paulo, segunda, 10 de agosto de 1998

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JUCA KFOURI
Upa, Marcelinho!

Upa, Marcelinho, no campo, upa, pra lá e pra cá. Vixe que coisa mais linda, upa Marcelinho, recomeçando a marcar.
A lembrança do sucesso de Ellis Regina não é gratuita. Marcelinho, afinal, comemora seus gols tal e qual a maior cantora da história brasileira cantava no começo de sua carreira, o "Arrastão", principalmente.
Parecia um helicóptero, tamanha a movimentação dos braços que, um pouco mais, a faria voar.
E Marcelinho faz igual, voa com os sete gols marcados em quatro jogos.
Mas o arrastão corintiano não tem sido só Marcelinho, pão e vinho.
Tem sido também o goleiro Nei, o extraordinário Gamarra, de gama e garra, Silvinho, Rincón, Vampeta, Edílson e, sobretudo, a filosofia técnica e tática de Wanderley Luxemburgo, que parece ter perdido a corrida para a seleção brasileira, preterido por Paulo César Carpegiani.
Luxemburgo, sem a mesma qualidade de material humano de então, já vai fazendo do Corinthians uma máquina de jogar futebol como fez do Palmeiras, principalmente no Paulistão de 1996.
O Galo que o diga.
O placar moral do jogo de sábado, no Mineirão com quase 30 mil torcedores, foi 10 a 3, tantas as chances desperdiçadas pelos paulistas, tantas as defesas de Nei.

Ia bem a entrevista do holandês Cees Van Nieunwenhuizen, homem-forte da Nike, ao "O Globo" no domingo, ele que tentava mostrar que sua empresa estava sendo vítima de uma injustiça por parte da imprensa brasileira.
Até que, porém, disse que Ronaldinho estava proibido de fazer anúncios de cigarros e bebidas e justificou que a campanha que ele faz para Brahma "é uma exceção, porque discute-se se cerveja é ou não uma bebida alcoólica".
Só se for na casa do senhor Cees. A cerveja é tão alcoólica que bota em seu rótulo o teor de álcool que possui e fabrica uma versão sem álcool.
Daí para frente, e, por consequência, daí para trás, não deu mais para acreditar em nada dito pelo executivo da multinacional.

Não é por nada não, mas também na quarta rodada os visitantes se deram bem.
Em 11 jogos, só dois anfitriões ganharam (o Inter e o Goiás), houve quatro empates e cinco visitantes (Santos, Cruzeiro, Bragantino, América-MG e Corinthians) venceram.



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