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AÇÃO
Líder desempregado
CARLOS SARLI
Somando resultados de apenas três competições deste ano
no WQS, o baiano Armando
Daltro já tem metade dos pontos
necessários para sua manutenção no WCT do ano 2000.
Ele, que há dois anos integra a
elite mundial do surfe profissional, conquistou essa confortável
posição no ranking de acesso
com uma expressiva vitória na
Argentina, o primeiro seis estrelas do ano, mais um segundo lugar em Florianópolis.
Apesar do excelente retrospecto de largada, o líder do ranking
está sem patrocínio. E se já não
estava fácil conseguir alguma
empresa disposta a pagar o que
ele vale pelo padrão do mercado
internacional, a mudança da
política cambial no país complicou em muito sua vida, como a
de todos nós.
Esse caso, isolado no momento, certamente se repetirá ao
longo do ano, caso o dólar permaneça nas atuais cotações. O
segmento, leia-se principais potenciais patrocinadores, já vinha vivendo dificuldades antes
do nosso "crash" de janeiro.
Pior agora, período sazonalmente ruim, agravado pela situação econômica. Com isso, a
participação de brasileiros no
tour ficará comprometida.
Acabou a parada de surfistas
amadores se profissionalizarem
e irem direto correr o WQS. Hoje
os patrocinadores terão que
avaliar muito as reais chances
de seus atletas. Para investir em
bilhetes aéreos, hospedagens, locação de carros, alimentação e
inscrições, tudo em dólar, ficou
muito mais importante, aproximadamente 60%, analisar o
possível retorno. A tendência
natural é de redução de brasileiros no circuito, uma pena.
Por outro lado, o circuito brasileiro está mais forte. As mudanças definidas ainda em 98, a
partir de reivindicações dos próprios atletas, valorizaram as
etapas exclusivamente nacionais, ficando mais atraente para eles e por consequência para
o público. Isto, é claro, se não
vierem as costumeiras ondas de
cancelamento.
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