São Paulo, Quinta-feira, 11 de Fevereiro de 1999
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AÇÃO

Líder desempregado

CARLOS SARLI
Somando resultados de apenas três competições deste ano no WQS, o baiano Armando Daltro já tem metade dos pontos necessários para sua manutenção no WCT do ano 2000.
Ele, que há dois anos integra a elite mundial do surfe profissional, conquistou essa confortável posição no ranking de acesso com uma expressiva vitória na Argentina, o primeiro seis estrelas do ano, mais um segundo lugar em Florianópolis.
Apesar do excelente retrospecto de largada, o líder do ranking está sem patrocínio. E se já não estava fácil conseguir alguma empresa disposta a pagar o que ele vale pelo padrão do mercado internacional, a mudança da política cambial no país complicou em muito sua vida, como a de todos nós.
Esse caso, isolado no momento, certamente se repetirá ao longo do ano, caso o dólar permaneça nas atuais cotações. O segmento, leia-se principais potenciais patrocinadores, já vinha vivendo dificuldades antes do nosso "crash" de janeiro. Pior agora, período sazonalmente ruim, agravado pela situação econômica. Com isso, a participação de brasileiros no tour ficará comprometida.
Acabou a parada de surfistas amadores se profissionalizarem e irem direto correr o WQS. Hoje os patrocinadores terão que avaliar muito as reais chances de seus atletas. Para investir em bilhetes aéreos, hospedagens, locação de carros, alimentação e inscrições, tudo em dólar, ficou muito mais importante, aproximadamente 60%, analisar o possível retorno. A tendência natural é de redução de brasileiros no circuito, uma pena.
Por outro lado, o circuito brasileiro está mais forte. As mudanças definidas ainda em 98, a partir de reivindicações dos próprios atletas, valorizaram as etapas exclusivamente nacionais, ficando mais atraente para eles e por consequência para o público. Isto, é claro, se não vierem as costumeiras ondas de cancelamento.



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