São Paulo, Quinta-feira, 11 de Março de 1999
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AÇÃO
Campeão, e coroa

CARLOS SARLI

Encerra-se hoje, na Austrália, o primeiro dia da 28ª edição do Circuito Mundial de Surfe Profissional. De 76 para cá, foram 11 campeões, como Peter Townend, o primeiro, Mark Richards, o recordista, Tom Curren, responsável por encerrar a hegemonia australiana, e o atual, Kelly Slater, o maior de todos.
Por muito tempo, o circuito consagrou também um formato que privilegiava os Top 16. Eles eram praticamente intocáveis. Só entravam na água depois que os trialistas já haviam ralado em diversas baterias, e, por fim, disputando com os Back 14 mais dois convidados o direito de enfrentá-los. Esse modelo que perpetuava a elite foi estabelecido pela IPS (International Professional Surfing) e mantido pela ASP desde sua fundação, em 83, até o começo desta década, com uma diferença -o número de etapas dobrou.
Em 92, o circuito passou a ter duas divisões, a principal (WCT) e a de acesso (WQS). O novo critério pretendia estimular a renovação, que se efetivou parcialmente, uma vez que a maioria dos atletas disputava os dois rankings para se garantir na elite. Novas mudanças estão em curso em 99, mas o principal objetivo não é estimular novos talentos, e sim resgatar velhos.
Mais quatro vagas (três do WCT e uma do WQS) passarão a ser ocupadas por convidados. A partir do ano que vem, os 25 melhores do WCT, em vez dos 28 atuais, e os 15 melhores do WQS formarão a elite mundial (Top 40), juntando-se a eles oito convidados por etapa.
Os quatro novos "wild cards" vão para ex-campeões mundiais. Uma estratégia de marketing apropriada para tornar o circuito mais atraente para o público, especialmente o da TV.
Mudanças como essa podem contribuir para o sucesso comercial do Tour, que tem evoluído. Em 76, foram US$ 65 mil em prêmios, contra US$ 1,6 milhão neste ano. Um crescimento significativo, mas ainda muito aquém do tamanho da indústria.

NOTAS

WQS
O californiano Taylor Knox estragou a festa dos australianos na final da sétima etapa do circuito de acesso, disputada em ondas pequenas no domingo em Newcastle.
Único estrangeiro entre os oito finalistas, Knox demonstrou disposição para recuperar a vaga perdida neste ano.
Já é o segundo no ranking liderado pelo brasileiro Armando Daltro.

Heliboard
Snowboarders/aventureiros, os irmãos Oskar e Leonardo Metsavah acabam de retornar do Alasca, o Havaí do surfe na neve.
Segundo apuraram, foram os primeiros brasileiros por lá, onde só se pratica o esporte subindo de helicóptero, ao custo diário de US$ 450 per capita.
A trip foi tão boa que eles voltam com o cinegrafista Silvestre Camp em abril para realizar um documentário.


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