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FUTEBOL
Eu já sabia
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Fifa demorou quase cem
anos para descobrir que jogar em casa é mesmo uma grande vantagem no futebol.
A ""descoberta" só foi possível
após uma profunda análise de
6.679 partidas entre seleções nacionais nos últimos 15 anos.
A máxima entidade do futebol divulga agora para o mundo
o resultado da pesquisa e alerta
para as boas chances de Coréia
do Sul e Japão na Copa de 2002.
Em confrontos de seleções, o
visitante vence apenas 1 de 4
partidas. Isso pode ser dito na
medida em que só 25% dos jogos analisados pela Fifa de 1986
a 2000 terminaram com uma
derrota dos ""donos da casa".
Os mandantes ganharam
49% dos jogos verificados. Em
26% dos jogos, houve empate.
Dando mais otimismo para
sul-coreanos e japoneses no próximo Mundial, a pesquisa da
Fifa mostra ainda que, quando
os jogos são de competições (não
são amistosos), os mandantes
obtêm sucesso ainda maior.
Em torneios oficiais, como a
Copa do Mundo, o anfitrião
vence 54% dos jogos e perde só
24% deles -em amistosos, o
mandante leva a melhor em
""apenas" 46% das partidas.
Nos últimos quatro Mundiais,
que entram no estudo feito pela
Fifa, a seleção do país-sede ficou
quase sempre invicta -foi assim com México-1986, Itália-1990 e França-1998. Os EUA,
que vivem fase de evolução no
futebol, conseguiram chegar à
segunda fase em 1994 e foram
eliminados pelo Brasil em um
duro 0 a 1 nas oitavas-de-final.
Talvez nem a Fifa, com a sua
nova pesquisa, acredite em uma
campanha invicta da Coréia do
Sul ou do Japão em 2002, mas é
bem possível que os sul-coreanos conquistem a sua primeira
vitória na história da competição e que os japoneses somem o
seu primeiro ponto no torneio.
O estudo da Fifa destaca 13
possíveis fatores que facilitariam a vida do mandante: número de torcedores, apoio do
público, clima, gramado, viagem, condições de treino para o
visitante, alimentação do time
visitante, adaptação ao fuso horário, importância do jogo, estado físico do adversário, estado
mental do mesmo, tática do rival e atuação do árbitro.
Para não parecer que a pesquisa é só uma pura tolice ou
um festival de obviedades, apresentarei seu resultado mais inusitado: a seleção mais forte jogando em casa é a Romênia,
que conquista 81% dos pontos
que disputa em seu território.
O Brasil ficou em segundo lugar na lista dos anfitriões mais
eficientes -perdeu só duas vezes em casa nos últimos 15 anos
e ganhou 76% dos pontos disputados. Em um honroso terceiro
lugar, está a seleção de Zâmbia,
com 75% de aproveitamento.
O México, que bateu o Brasil
na final da Copa das Confederações passada por 4 a 3 em casa
e que quase derrotou o time do
técnico Leão na última quarta-feira em Guadalajara, aparece
em sétimo lugar na lista, o que
de certa forma pode suavizar os
dois ""tropeços" da seleção brasileira diante dos mexicanos.
O Brasil, aliás, é um dos grandes responsáveis pelo número
relativamente baixo de vitórias
dos mandantes em partidas intercontinentais. Pela pesquisa
da Fifa, nos confrontos entre seleções de continentes diferentes,
o anfitrião vence só 44% das
partidas. A explicação dada para isso é que as seleções mais poderosas, como a brasileira, são
as que mais rodam o planeta.
Sorte dos não-asiáticos em 2002.
Ela não sabia
A Confederação Sul-Americana anunciou que o sorteio da Copa Mercosul deste ano será no Rio no dia 17 de maio. Anunciou
também que o atual campeão, o Palmeiras, receberá uma réplica do troféu original. Porém o Vasco virou o jogo na decisão.
Eu não sabia
Recebi há algumas semanas a informação de que o Palmeiras
não seria cabeça-de-chave do Mundial de Clubes da Fifa e que,
por consequência, não cairia no mesmo grupo do Galatasaray.
Mas o time brasileiro acabou sendo agraciado com o posto de
maior força do Grupo B, que tem também o time turco. Posso
estar errado de novo, mas a equipe palmeirense corre sério risco
se La Coruña e Boca Juniors ficarem no empate no Grupo A.
Eles não sabiam
Vai pintando uma nova final espanhola na Copa dos Campeões.
E-mail : rbueno@folhasp.com.br
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