São Paulo, domingo, 11 de março de 2001

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FUTEBOL

Eu já sabia

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Fifa demorou quase cem anos para descobrir que jogar em casa é mesmo uma grande vantagem no futebol.
A ""descoberta" só foi possível após uma profunda análise de 6.679 partidas entre seleções nacionais nos últimos 15 anos.
A máxima entidade do futebol divulga agora para o mundo o resultado da pesquisa e alerta para as boas chances de Coréia do Sul e Japão na Copa de 2002.
Em confrontos de seleções, o visitante vence apenas 1 de 4 partidas. Isso pode ser dito na medida em que só 25% dos jogos analisados pela Fifa de 1986 a 2000 terminaram com uma derrota dos ""donos da casa".
Os mandantes ganharam 49% dos jogos verificados. Em 26% dos jogos, houve empate.
Dando mais otimismo para sul-coreanos e japoneses no próximo Mundial, a pesquisa da Fifa mostra ainda que, quando os jogos são de competições (não são amistosos), os mandantes obtêm sucesso ainda maior.
Em torneios oficiais, como a Copa do Mundo, o anfitrião vence 54% dos jogos e perde só 24% deles -em amistosos, o mandante leva a melhor em ""apenas" 46% das partidas.
Nos últimos quatro Mundiais, que entram no estudo feito pela Fifa, a seleção do país-sede ficou quase sempre invicta -foi assim com México-1986, Itália-1990 e França-1998. Os EUA, que vivem fase de evolução no futebol, conseguiram chegar à segunda fase em 1994 e foram eliminados pelo Brasil em um duro 0 a 1 nas oitavas-de-final.
Talvez nem a Fifa, com a sua nova pesquisa, acredite em uma campanha invicta da Coréia do Sul ou do Japão em 2002, mas é bem possível que os sul-coreanos conquistem a sua primeira vitória na história da competição e que os japoneses somem o seu primeiro ponto no torneio.
O estudo da Fifa destaca 13 possíveis fatores que facilitariam a vida do mandante: número de torcedores, apoio do público, clima, gramado, viagem, condições de treino para o visitante, alimentação do time visitante, adaptação ao fuso horário, importância do jogo, estado físico do adversário, estado mental do mesmo, tática do rival e atuação do árbitro.
Para não parecer que a pesquisa é só uma pura tolice ou um festival de obviedades, apresentarei seu resultado mais inusitado: a seleção mais forte jogando em casa é a Romênia, que conquista 81% dos pontos que disputa em seu território.
O Brasil ficou em segundo lugar na lista dos anfitriões mais eficientes -perdeu só duas vezes em casa nos últimos 15 anos e ganhou 76% dos pontos disputados. Em um honroso terceiro lugar, está a seleção de Zâmbia, com 75% de aproveitamento.
O México, que bateu o Brasil na final da Copa das Confederações passada por 4 a 3 em casa e que quase derrotou o time do técnico Leão na última quarta-feira em Guadalajara, aparece em sétimo lugar na lista, o que de certa forma pode suavizar os dois ""tropeços" da seleção brasileira diante dos mexicanos.
O Brasil, aliás, é um dos grandes responsáveis pelo número relativamente baixo de vitórias dos mandantes em partidas intercontinentais. Pela pesquisa da Fifa, nos confrontos entre seleções de continentes diferentes, o anfitrião vence só 44% das partidas. A explicação dada para isso é que as seleções mais poderosas, como a brasileira, são as que mais rodam o planeta. Sorte dos não-asiáticos em 2002.

Ela não sabia
A Confederação Sul-Americana anunciou que o sorteio da Copa Mercosul deste ano será no Rio no dia 17 de maio. Anunciou também que o atual campeão, o Palmeiras, receberá uma réplica do troféu original. Porém o Vasco virou o jogo na decisão.

Eu não sabia
Recebi há algumas semanas a informação de que o Palmeiras não seria cabeça-de-chave do Mundial de Clubes da Fifa e que, por consequência, não cairia no mesmo grupo do Galatasaray. Mas o time brasileiro acabou sendo agraciado com o posto de maior força do Grupo B, que tem também o time turco. Posso estar errado de novo, mas a equipe palmeirense corre sério risco se La Coruña e Boca Juniors ficarem no empate no Grupo A.

Eles não sabiam
Vai pintando uma nova final espanhola na Copa dos Campeões.
E-mail : rbueno@folhasp.com.br

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