São Paulo, domingo, 11 de março de 2001

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ADMINISTRAÇÃO

Equipes do clube vivem fase irregular no basquete e no vôlei

Falta de salário faz Vasco tropeçar em competições

ADALBERTO LEISTER FILHO
ERICH BETING
DA REPORTAGEM LOCAL

Favorito aos títulos da Superliga de vôlei e do Nacional de basquete masculino e feminino, o Vasco sente, dentro de quadra, os efeitos de sua crise econômica.
Com campanhas iniciais impecáveis, os times vascaínos colecionam tropeços nos últimos dias.
No basquete masculino, o clube perdeu dois dos três últimos jogos -venceu Casa Branca, na terça, após decisão muito contestada da arbitragem, no último lance.
Anteriormente, perdera para o Fluminense, que não vencia o rival havia mais de dez anos, e para o Tilibra-Copimax/Bauru.
O time, que vinha liderando o Nacional masculino, já foi ultrapassado por Unit/Uberlândia e COC/Ribeirão Preto. Na Liga Sul-Americana, o Vasco perdeu anteontem, em casa, para o Estudiantes (ARG) por 91 a 67, e complicou muito sua situação.
"Continuamos lutando. Mas as dificuldades são enormes", reconhece o técnico Hélio Rubens.
O treinador perdeu dois jogadores importantes da equipe. O pivô dominicano Vargas recebeu uma proposta vantajosa e seguiu para o Trotamundos (Venezuela).
Já o armador Charles Byrd viajou para os EUA no Carnaval. Não voltou mais. Oficialmente, está visitando a mãe doente. Mas alguns jogadores da equipe já não contam com sua volta.
No basquete feminino, mesmo contando com a ala Janeth, maior estrela da modalidade no país, o time perdeu a chance de se isolar na liderança do Nacional. Na segunda-feira, perdeu a invencibilidade ao ser derrotado pelo Santo André por 88 a 80.
O time está mais econômico em relação ao que foi campeão do Estadual do Rio, no ano passado. Saíram as duas estrangeiras: Elena Tornikidou e Astou Ndiaye.
Apesar disso, o elenco está com dois meses de salários atrasados -a comissão técnica não recebe há quatro. "Acho que isso não afeta o time dentro de quadra. Mas prejudica na hora da preparação. Tem muita jogadora que sustenta a família", afirmou a técnica Maria Helena Cardoso.
No vôlei, os vascaínos também tiveram problemas. Mas, para Marcos Lerbach, técnico do time masculino, os atrasos não interferem no rendimento. "No começo atrapalhou, mas nos reunimos com os dirigentes do clube, que prometeram fazer esforços para nos pagar", contou ele.
Segundo Lerbach, após a reunião ficou decidido que os atletas relegariam a questão a um segundo plano. "Mas é lógico que existe um problema", ponderou.
O atraso de salário se deu durante a disputa da Superliga. Coincidentemente, o rendimento do Vasco caiu no segundo turno. A equipe venceu seis jogos e perdeu cinco. No primeiro turno, a campanha tinha sido de nove vitórias e apenas três derrotas.
A posição da equipe na tabela também piorou. Depois de ficar em segundo no turno, o time agora disputa com o Banespa o quarto lugar, que dá o direito de decidir em casa nas quartas-de-final.
Se o masculino vive um período instável, no feminino as perspectivas são melhores. O time terminou a primeira fase na liderança.
O rendimento nos últimos jogos, porém, caiu. Na última rodada, uma derrota em casa para o Rexona. Para a técnica Isabel, a falta de dinheiro não é problema para o time, que já conviveu com a desistência da líbero Sandra, que não queria ficar sem receber.
Segundo ela, a fase da equipe não permite pensar em dinheiro. "Estamos vivendo um momento tão intenso que não dá para pensar nisso", afirmou Isabel.


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