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AUTOMOBILISMO
Show em Interlagos do grupo norte-americano Kiss, no próximo sábado, usa parte da estrutura da F-1
Banda de rock pega carona no GP Brasil
RODRIGO BERTOLOTTO
da Reportagem Local
A F-1 abandona o autódromo de
Interlagos na noite de domingo,
mas parte de sua estrutura permanecerá por lá para o show da banda
norte-americana Kiss, que se apresenta no local no próximo sábado.
Para baratear custos, a empresa
Mercury, que organiza o espetáculo de rock, utilizará os mesmos banheiros químicos, tendas, camarins e tubulares (canos que formam arquibancadas e palcos).
""Pelo menos 5% do que vamos
precisar já estará lá para o GP Brasil. Vamos negociar com as empresas fornecedoras para reduzirem
os preços, afinal, esse material não
precisará de transporte", disse José Muniz, diretor da Mercury.
Após a corrida, tudo será transferido para a área próxima à curva da
Laranja, local do show.
O resto da estrutura, segundo
acordo com a FIA (Federação Internacional de Automobilismo),
só entrará no autódromo paulistano na quinta-feira, quando todo o
material da F-1 já tiver saído.
A FIA tem, por contrato, até 15
dias após o GP para retirar seus
equipamentos. Por isso, a organização do show teve de negociar
com a entidade esportiva.
""O show vai ser em uma área que
não será usada na corrida. Por isso,
uma coisa não vai atrapalhar a outra", afirmou o diretor do autódromo municipal, Carlos Adhemar de
Figueiredo Ferraz.
Por primeira vez abrigando um
espetáculo de rock, Interlagos tem
pretensões de se tornar também
um ""pólo de cultura".
O show do Kiss será um ensaio
para que isso se torne realidade
-os festivais ""Monsters of Rock"
e ""Ruffus Reggae" podem ser
transferidos para lá.
""O esporte tem de dividir com a
cultura um calendário comum. Isso acontece nos EUA e na Europa.
E deve acontecer no Brasil também", diz Muniz.
Na Inglaterra, o circuito de Donington Park é cenário tradicional
de um festival anual de heavy metal desde 1980.
Como no autódromo inglês, o
público de Interlagos ficará em
uma colina gramada, usada como
área de escape das provas, e assistirá ao show acima do nível do palco.
Mas a ida do Kiss a Interlagos só
aconteceu após tentativas frustradas de levar o show a outros locais.
O Pacaembu foi vetado pela prefeitura; o Morumbi, pelo São Paulo; o Ibirapuera, pelos vizinhos do
parque; o Anhembi, pela UD (Feira de Utilidades Domésticas); e o
Parque Antarctica, pelo preço do
aluguel que o Palmeiras exigiu.
Roqueiros nada esportivos
No Brasil, a única experiência de
megashow em autódromo aconteceu no ano passado com o U2 tocando em Jacarepaguá, no Rio.
Mas agora é a vez do supermaquiado Kiss, cuja ligação com automobilismo ou esporte é a mínima possível, mas ela existe.
Na vida pessoal, o vocalista Gene
Simmons é adepto do boliche, enquanto o guitarrista Paul Stanley
faz ginástica todos os dias com ajuda de um personal trainer.
Na vida artística, a única conexão
do Kiss com carros foi o lançamento em 1998 do Kissmovile, modelo
feito pela indústria Chrysler em
homenagem ao grupo.
Com tiragem limitada, o carro,
que vale US$ 75 mil no mercado
dos EUA, tem amplificadores acoplados na carroceria para os passageiros ligarem seus instrumentos.
Há também entre os produtos licenciados com a marca Kiss modelos de carrinhos de ferro, bolas de
beisebol e de golfe.
Mas há bandas de heavy metal
com ligação com esporte. O Iron
Maiden, Deff Lepard e Deep Purple são fãs e praticantes de futebol.
A ligação mais próxima, porém,
é a do vocalista do Motley Crue,
Vince Neil. Na temporada 1992, ele
disputou a Indy Lights pela equipe
Exposed 69 Racing Team. Na época, cogitou-se até o abandono de
Neil da banda para seguir a carreira de piloto.
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