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FUTEBOL
Pivô de "calote" em torcedores brasileiros no Mundial da França comercializa ingressos para a Copa América
Agência da CBF volta a vender pacotes
SÉRGIO RANGEL
da Sucursal do Rio
Principal pivô do ""calote" imposto à parte dos brasileiros na
venda de ingressos para a Copa do
Mundo da França, no ano passado,
a SBTR Passagens e Turismo Ltda.
está comercializando pacotes turísticos para quem estiver interessado em ver a Copa América, que
começa em junho, no Paraguai.
A SBTR continua credenciada
como agência oficial da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
A informação foi confirmada por
funcionários da SBTR. Donos de
agências de turismo que participaram de uma feira do setor na semana passada, em São Paulo, também
confirmaram.
Em 1998, a SBTR teria se comprometido a vender ingressos dos
jogos da seleção brasileira na Copa
a pelo menos três empresas turísticas brasileiras -Oremar Brasil,
Cetemar Turismo e Passagens,
ambas de São Paulo, e Imperial
Operadora de Turismo, do Rio-,
mas, depois, não teria cumprido à
risca o acordo até o final da competição. Segundo os donos das três
agências, a SBTR venderia a elas
parte dos ingressos a que a CBF tinha direito nos jogos da seleção
brasileira. A cota da CBF era de 8%
da capacidade de cada estádio em
que o Brasil jogasse, segundo os
donos das agências.
Na ocasião, a SBTR entregou
apenas 2.750 dos 3.600 ingressos
comprados pelas três empresas
para os jogos da primeira fase da
Copa do Mundo.
Nas outras fases da competição,
a agência oficial da CBF não repassou os ingressos a que as outras
empresas tinham direito.
A Folha tentou falar com o proprietário da SBTR, Wagner Abrahão, na sede da empresa, no Rio,
na quinta e na sexta-feira, mas a informação era que ele não estava.
A falha na distribuição dos ingressos feita pela SBTR lesou centenas de brasileiros que foram assistir à Copa. Sem ingressos, os torcedores prejudicados tiveram que
comprar ingressos com cambistas
no mercado paralelo.
No total, cerca de 2.000 brasileiros ficaram de fora da final da
competição, contra a França, apesar de terem pago antecipadamente pelos ingressos.
Os torcedores lesados haviam
pago até R$ 15 mil por pacotes que
incluíam passagem de avião, hospedagem e as entradas para todos
os jogos do Brasil na Copa.
Os donos das três empresas de
turismo que não receberam os ingressos estão processando na Justiça a SBTR e a CBF.
Uma parte dos turistas lesados,
por sua vez, está processando no
Procon (Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor) as
três empresas.
Stella Barros
Além da Oremar, Cetemar e Imperial, que não eram agências oficiais da Copa-98, a Stella Barros, a
única no Brasil considerada oficial
pelo Comitê Organizador, também chegou a deixar torcedores
sem ingressos. Mas apenas na final
do Mundial.
Como o sistema de distribuição
de ingressos para a competição foi
considerado falho pela própria organização da Copa, já que as agências oficiais -12 nos cinco continentes- recebiam quantidade insuficiente de entradas, a Stella Barros recorreu às entradas da SBTR a
partir das oitavas-de-final para
atender seus clientes.
Priorizando a Stella Barros, que
tinha um diretor irmão do dono da
SBTR, a agência oficial da CBF teria ficado sem ingressos disponíveis para as outras três agências.
Mas a própria Stella Barros, mesmo com os ingressos da SBTR, não
conseguiu colocar todos os que haviam comprado pacotes com ela
no final da Copa, deixando 173
pessoas de fora.
Colaborou a Reportagem Local
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