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CORTADA
Nova geografia
CIDA SANTOS
A Superliga mostrou nesta
temporada uma nova geografia
do vôlei brasileiro. A força desse
esporte agora vem do Sul, como
provam os títulos do time feminino do Rexona, do Paraná, e
da equipe masculina do Ulbra,
do Rio Grande do Sul.
Na história dos campeonatos
nacionais, é também a primeira
vez que um campeão feminino
não vem do triângulo do Sudeste: São Paulo, Rio ou Minas.
O que impressionou no Rexona foi a idade de metade do
time titular que derrotou o Leites Nestlé na partida que definiu o título. Erika, 18 anos, Raquel, 20, e Valeska, 22. Um time
de meninas, como definiu o técnico Bernardinho. E eu digo
mais: um time de meninas ousadas. Elas batem as bolas decisivas com a mesma tranquilidade que atuam nos momentos
em que o placar é folgado.
Esses novos talentos também
devem dar uma nova configuração à seleção brasileira. É o
caso, por exemplo, de Karin Rodrigues, vice-campeã brasileira
pelo Leites Nestlé. Quem há de
imaginar hoje uma seleção sem
Karin como titular?
Versátil, com muita força no
ataque e dona de um bloqueio
poderoso, ela é a modernidade.
Fica outra pergunta: será que
ainda tem lugar no time titular
para uma meio de rede mais
tradicional, como por exemplo
a Ana Paula? Difícil... A seleção
deve jogar o Mundial do Japão
com uma nova cara.
Quem tem sempre um lugar
garantido é Fernanda Venturini, que conquistou o oitavo título nacional de sua carreira e
o quinto consecutivo. Mais uma
vez, ela comprovou a máxima:
quem tem Fernanda é campeão
brasileiro.
E foi com a segurança dos
campeões que Fernanda, em
entrevista à Sportv, logo depois
do jogo, desabafou e foi a dona
da frase da semana: "Ninguém
acreditava. O Ary Graça (presidente da CBV) até criticou: onde que o Bernardinho vai com
esse timinho? O timinho é campeão brasileiro."
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