São Paulo, segunda, 11 de maio de 1998

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CORTADA
Nova geografia

CIDA SANTOS
A Superliga mostrou nesta temporada uma nova geografia do vôlei brasileiro. A força desse esporte agora vem do Sul, como provam os títulos do time feminino do Rexona, do Paraná, e da equipe masculina do Ulbra, do Rio Grande do Sul.
Na história dos campeonatos nacionais, é também a primeira vez que um campeão feminino não vem do triângulo do Sudeste: São Paulo, Rio ou Minas.
O que impressionou no Rexona foi a idade de metade do time titular que derrotou o Leites Nestlé na partida que definiu o título. Erika, 18 anos, Raquel, 20, e Valeska, 22. Um time de meninas, como definiu o técnico Bernardinho. E eu digo mais: um time de meninas ousadas. Elas batem as bolas decisivas com a mesma tranquilidade que atuam nos momentos em que o placar é folgado.
Esses novos talentos também devem dar uma nova configuração à seleção brasileira. É o caso, por exemplo, de Karin Rodrigues, vice-campeã brasileira pelo Leites Nestlé. Quem há de imaginar hoje uma seleção sem Karin como titular?
Versátil, com muita força no ataque e dona de um bloqueio poderoso, ela é a modernidade. Fica outra pergunta: será que ainda tem lugar no time titular para uma meio de rede mais tradicional, como por exemplo a Ana Paula? Difícil... A seleção deve jogar o Mundial do Japão com uma nova cara.
Quem tem sempre um lugar garantido é Fernanda Venturini, que conquistou o oitavo título nacional de sua carreira e o quinto consecutivo. Mais uma vez, ela comprovou a máxima: quem tem Fernanda é campeão brasileiro.
E foi com a segurança dos campeões que Fernanda, em entrevista à Sportv, logo depois do jogo, desabafou e foi a dona da frase da semana: "Ninguém acreditava. O Ary Graça (presidente da CBV) até criticou: onde que o Bernardinho vai com esse timinho? O timinho é campeão brasileiro."



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