da Reportagem Local


São-paulinos e corintianos viveram ontem um dia de contrastes no Morumbi.
Quem quisesse ver os contrastes, bastava dar um pulo nos vestiários dos dois times. Antes e depois da partida.
O reservado ao Corinthians, o de número dois, muito mais acanhado, era vizinho do usado pelas "cheerleaders", as animadoras de torcida.
Para entrar no vestiário, os atletas corintianos tiveram que passar por um corredor espremido, em meio às cantadas das meninas.
Na hora da última preleção de Luxemburgo, um amontoado de penetras tentava invadir o vestiário, obrigando a intervenção de três dos seguranças do Corinthians, Joberto Pasquale, o Tim Maia, Gentil de Brito, o Kojak, e Pedro Valentino, o Pedrão.
No do São Paulo, tudo era mais organizado. Pelo menos antes do jogo, toda a paz para os jogadores.
Terminada a partida, enquanto a bagunça do vestiário do Corinthians virava lamúria, a paz do do São Paulo se transformava em uma festa.
Cerca de 300 torcedores aglomeravam-se na porta do vestiário, gritando "Raí, rei do Morumbi" e "Fica Denílson".
Torcedores mais afoitos faziam "escadinha" para que pelo menos pudessem ver, pelo vidro, a comemoração dos jogadores. Ou, se possível, algum atleta pelado. Pelos gritos femininos, a preferência era por Raí.
"Quem viu o clima no nosso vestiário, a união de todos, todo mundo junto, de mãos dadas antes de entrar em campo, sabe que foi aí que começamos a ganhar o jogo", disse o goleiro Rogério, que se recuperou de sua má atuação na primeira partida da final.
No vestiário do Corinthians, por sua vez, enquanto o técnico Luxemburgo dava justificativas para a derrota de seu time e cumprimentava os adversários, o goleiro Nei ainda chorava. Ao mesmo tempo, alguns de seus companheiros ficavam sentados, olhando para o nada.
De semelhantes, as cascas de bananas, frutas devoradas pelos jogadores, encontradas aos montes no chão dos dois vestiários.



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