São Paulo, segunda, 11 de maio de 1998

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Renault já planeja seu retorno à categoria

do enviado a Barcelona

A francesa Renault, seis vezes campeã mundial de construtores nesta década e que abandonou a F-1 no final do ano passado, está reconsiderando sua decisão.
E já planeja seu retorno à categoria, que deve acontecer até o ano 2000, quando poderá estar completo seu processo de privatização.
Um dos obstáculos da montadora na F-1 eram os custos. Alimentava dois times de ponta, Williams e Benetton, com um orçamento de US$ 150 milhões anuais.
A cifra incomodava o governo e os sindicatos franceses. E, sob pressão, a montadora acabou abandonando a competição, alegando que "só era notícia quando perdia", célebre frase de Patrick Faure, presidente da Renault Sports, o braço esportivo da empresa que continua ativo.
Atualmente, a maioria de seus técnicos trabalham como contratados da Mecachrome, sua preparadora de motores, que assumiu o fornecimento para Williams e Benetton nesta temporada.
Sabendo que a pressão interna deve acabar com a empresa totalmente privatizada, a cúpula da Renault já vem trabalhando no planejamento da reentrada.
O ganho de imagem de 1989 a 1997, período de sua última passagem pela categoria, é incalculável, segundo seus próprios executivos.
E, com boa parte da concorrência anunciando a intenção de chegar à F-1 (BMW, Honda, Volkswagen) antes do final do século, a decisão da Renault é questão fechada, segundo alguns analistas.
Resta decidir, porém, onde colocar os vencedores motores da família RS. Das equipes de ponta, apenas a Benetton está sem fornecedor. Mas o time de David Richards já é objeto de disputa, especula-se, entre Ford e Volkswagen.
Entre as equipes médias, a Prost está fechada com a rival Peugeot e a Jordan poderia ser adquirida pela Honda, caso o fabricante japonês resolva economizar na montagem de uma estrutura própria.
A Tyrrell, comprada por uma empresa de cigarros, é outra que estaria conversando com os japoneses -Craig Pollock, seu diretor, tem boas relações com a Honda, para a qual já trabalhou.
Nesse inóspito cenário, a decisão da Renault encontra um único problema, o prazo. Se demorar, pode acabar sem espaço. (JHM)


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