São Paulo, terça-feira, 11 de junho de 2002

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JOSÉ GERALDO COUTO

Muita festa, muito dinheiro e pouco futebol

Depois de mais de 30 jogos, já é possível fazer um balanço preliminar desta Copa. O que mais chama a atenção não são tanto as zebras, mas o nivelamento por baixo do futebol exibido.
A julgar pelas primeiras rodadas, o futebol mundial está em franca decadência.
Seleções que fizeram bonito na França em 98 estão hoje em condições bem piores. É o caso de Croácia, Dinamarca, Paraguai, Nigéria -e da própria França. Quem está melhor hoje do que há quatro anos? A Espanha, com certeza. Argentina? Inglaterra? Alemanha? Talvez. Mas não há nenhum "time sensação".
Vários craques que marcaram época despediram-se das Copas em 98: Michael Laudrup, Hagi, Stoitchkov, Roberto Baggio, Bergkamp, Matthäus.
As estrelas da Copa atual são, em geral, as mesmas da anterior: Zidane, Ronaldo, Raúl, Okocha, Rivaldo, Batistuta, Beckham. Surgirão outras à altura?
Até agora, o bom futebol praticamente se concentrou no "grupo da morte", que já derrubou a Nigéria e ainda vai vitimar Argentina, Inglaterra ou Suécia. Enquanto isso, nosso grupo vai lançar nas oitavas, além do Brasil, uma Turquia ou uma Costa Rica da vida.
Nesse contexto, corremos o risco de ver "brilhar" nas próximas fases o futebol pokémon de Japão e Coréia do Sul.
Dos pontos de vista cultural, político e econômico, a Copa é uma festa. Só falta o futebol.

jgcouto@uol.com.br



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