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JOSÉ GERALDO COUTO
Muita festa, muito dinheiro e pouco futebol
Depois de mais de 30 jogos, já é possível fazer
um balanço preliminar desta Copa. O que mais
chama a atenção não são tanto
as zebras, mas o nivelamento
por baixo do futebol exibido.
A julgar pelas primeiras rodadas, o futebol mundial está em
franca decadência.
Seleções que fizeram bonito
na França em 98 estão hoje em
condições bem piores. É o caso
de Croácia, Dinamarca, Paraguai, Nigéria -e da própria
França. Quem está melhor hoje
do que há quatro anos? A Espanha, com certeza. Argentina?
Inglaterra? Alemanha? Talvez.
Mas não há nenhum "time sensação".
Vários craques que marcaram época despediram-se das
Copas em 98: Michael Laudrup,
Hagi, Stoitchkov, Roberto Baggio, Bergkamp, Matthäus.
As estrelas da Copa atual são,
em geral, as mesmas da anterior: Zidane, Ronaldo, Raúl,
Okocha, Rivaldo, Batistuta,
Beckham. Surgirão outras à altura?
Até agora, o bom futebol praticamente se concentrou no
"grupo da morte", que já derrubou a Nigéria e ainda vai vitimar Argentina, Inglaterra ou
Suécia. Enquanto isso, nosso
grupo vai lançar nas oitavas,
além do Brasil, uma Turquia ou
uma Costa Rica da vida.
Nesse contexto, corremos o
risco de ver "brilhar" nas próximas fases o futebol pokémon de
Japão e Coréia do Sul.
Dos pontos de vista cultural,
político e econômico, a Copa é
uma festa. Só falta o futebol.
jgcouto@uol.com.br
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